Nasceu em um pequeno povoado do
interior de Minas Gerais, à margem direita do rio São Francisco,
chamado Morada Nova, em 13 de fevereiro de 1913. Batizado, ganhou o
nome de Antônio Álvares da Silva. Órfão com apenas um ano de idade, foi
criado por família que prezava a religião católica. Depois da primeira
comunhão, em 1920, passou a frequentar assiduamente o catecismo. Nele
revelou-se nitidamente o pendor para a vida clerical, o apreço pelas
coisas da Igreja, a compaixão pelos humildes. Foi assim que, tendo
iniciado seus estudos em Divinópolis (MG), seguiu para a Holanda, de
onde retornou para sua ordenação como sacerdote. Não era mais Antônio,
mas, sim, o frei Orlando.
Frei Orlando |
Ordenado frade, frei Orlando foi para
São João del Rei, onde lecionou no Colégio de Santo Antônio, um
estabelecimento de ensino dirigido pela Ordem dos Franciscanos Menores.
Tinha 24 anos de idade. Caridoso, o jovem padre instituiu a "Sopa dos
Pobres", uma obra de assistência social que chegou a receber o apoio
voluntário de muitos integrantes do 11º Regimento de Infantaria (11º
RI). Nessa época, deparou com os preparativos da Força Expedicionária
Brasileira (FEB) para a II Guerra Mundial, vendo a cidade em polvorosa
com a chegada dos muitos convocados para integrar os contingentes da
FEB.
Viu o 11º RI partir e não se conformou
em permanecer impassivelmente na cidade. Assim, quando o então
comandante do regimento, coronel Delmiro Pereira de Andrade, solicitou a
indicação de um religioso para capelão militar ao Comissariado dos
Franciscanos em São João del Rei, frei Orlando viu a oportunidade de
concretizar um de seus mais acalentados sonhos: o de ser missionário
sem fronteiras, ir a qualquer parte do mundo para multiplicar os
discípulos de Deus. Integrou-se, então, à FEB, e seguiu para a Europa.
Seu primeiro trabalho foi celebrar uma missa na catedral de Pisa para
os pracinhas brasileiros.
Naquela
manhã de fim de inverno europeu, em meio aos seus colegas, estava
Frei Orlando, bravo Capelão do II Batalhão do 11º
RI.
Era jovem. Físico de atleta. Cabelos negros. Semblante sempre alegre. Onde ele estivesse, estaria também à alegria. Era assim Frei Orlando. Por todos estimado.
Pelo seu heroísmo e pela sua bravura, granjeou o respeito e a admiração de todos os componentes de 11º RI.
Nos momentos mais cruéis e mais difíceis, quando o fogo da metralha e o arrebatar das granadas castigavam os homens do seu Batalhão, ali estava ele, com um realejo, a tocar para animar os soldados em luta. Para alguns, aquilo poderia parecer uma temeridade, mas não era. Ele, no meio dos soldados, simbolizava, em toda a sua inteireza, a figura do pai extremado junto aos filhos, na hora em que suas vidas corriam perigo.
“Frei Orlando, saia daí, seu lugar é junto ao médico!”. Gritavam-lhe o tenente e o sargento do pelotão. Mas o Capelão ficava. Ficava para encorajar os filhos, animando-os à luta.
Após uma reunião para tratar de assuntos referentes a Capelania, Frei Orlando não tinha viatura para regressar a Riola, onde estava o PC.
Decidiu ir a pé. Ao chegar a trezentos metros de Bombiana, encontrou um capitão do seu Batalhão, que lhe deu uma carona. Depois de percorrer uma boa parte da estrada poeirenta, o jipe esbarra numa pedra e para. Descem os ocupantes. Um “partigiano” que ia na viatura procurou remover o obstáculo, mas fê-lo desastradamente. Com a coronha do fuzil, procurou tirar a pedra de sob o eixo traseiro da viatura. A arma estava carregada, e com o esforço, detonou, atingindo em cheio o coração de Frei Orlando, que exclamou: “Minha Nossa Senhora!” O Capitão veio em socorro. Com o terço na mão, fala ao amigo: “Não há mais jeito, estou ferido”. Rezando, morreu.
Aquelas mãos, agora contraídas no terço da Virgem, foram mãos que tantas vezes abençoaram; que tantas vezes se ergueram aos céus para pedir pelos filhos, que, distantes da Pátria, bravamente lutavam para que o Brasil e o mundo fossem livres.
Era jovem. Físico de atleta. Cabelos negros. Semblante sempre alegre. Onde ele estivesse, estaria também à alegria. Era assim Frei Orlando. Por todos estimado.
Pelo seu heroísmo e pela sua bravura, granjeou o respeito e a admiração de todos os componentes de 11º RI.
Nos momentos mais cruéis e mais difíceis, quando o fogo da metralha e o arrebatar das granadas castigavam os homens do seu Batalhão, ali estava ele, com um realejo, a tocar para animar os soldados em luta. Para alguns, aquilo poderia parecer uma temeridade, mas não era. Ele, no meio dos soldados, simbolizava, em toda a sua inteireza, a figura do pai extremado junto aos filhos, na hora em que suas vidas corriam perigo.
“Frei Orlando, saia daí, seu lugar é junto ao médico!”. Gritavam-lhe o tenente e o sargento do pelotão. Mas o Capelão ficava. Ficava para encorajar os filhos, animando-os à luta.
Após uma reunião para tratar de assuntos referentes a Capelania, Frei Orlando não tinha viatura para regressar a Riola, onde estava o PC.
Decidiu ir a pé. Ao chegar a trezentos metros de Bombiana, encontrou um capitão do seu Batalhão, que lhe deu uma carona. Depois de percorrer uma boa parte da estrada poeirenta, o jipe esbarra numa pedra e para. Descem os ocupantes. Um “partigiano” que ia na viatura procurou remover o obstáculo, mas fê-lo desastradamente. Com a coronha do fuzil, procurou tirar a pedra de sob o eixo traseiro da viatura. A arma estava carregada, e com o esforço, detonou, atingindo em cheio o coração de Frei Orlando, que exclamou: “Minha Nossa Senhora!” O Capitão veio em socorro. Com o terço na mão, fala ao amigo: “Não há mais jeito, estou ferido”. Rezando, morreu.
Aquelas mãos, agora contraídas no terço da Virgem, foram mãos que tantas vezes abençoaram; que tantas vezes se ergueram aos céus para pedir pelos filhos, que, distantes da Pátria, bravamente lutavam para que o Brasil e o mundo fossem livres.
Fonte: Revista Militar Brasileira
Site ANVFEB