sexta-feira, 1 de abril de 2011

ENFERMEIRAS FEBIANAS - Mulheres Brasileiras na Segunda Guerra Mundial.

Quando o Brasil começou a ter seus navios mercantes torpedeados a população começou a revoltar e principalmente as mulheres que não podiam suportar tal ofensa. As mulheres brasileiras jamais se furtaram a sua obrigação ao seu dever patriótico de defender a sua pátria.Motivadas desse espirito de patriotismo procuraram encontrar uma forma de atender a asse chamado e a maneira encontrada foi preparando-se para tratarem dos futuros feridos. As escolas de enfermagem encheram-se de jovens candidatas a enfermeira.Como não havia tempo hábil para formar enfermeiras profissionais cujo curso tinha duração de três anos foram criados dois cursos de Samaritanas que era um supletivo de enfermagem com duração de um ano letivo e a de Voluntárias Socorristas com duração de três meses de treinamento. O numero de enfermeiras profissionais era muito pequeno, assim resolveram aceitar qualquer diploma de curso de enfermagem.Uma vez apresentado o diploma de habilitação ao atendimento ao doente, qualquer que fosse o grau no curso que seria ministrado no exército, seriam feitas a relação e o aperfeiçoamento especifico para guerra.O curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército foi ministrado em sua maioria com integrantes desses dois cursos e a FEB contou com apenas seis enfermeiras profissionais.
Uma vez elaboradas as leis de convocação teve início o recrutamento. Naqueles idos de 1940 havia uma carência muito grande de enfermeiras profissionais. O General Souza Ferreira disse que certo dia os americanos a ele se dirigiram perguntando:-¨ E as suas enfermeiras?¨o General respondeu:- ¨Não temos¨; os americanos se mostraram surpresos e disseram que nos teríamos que ter nossas próprias enfermeiras porque as deles estavam muito cansadas e alem de mais não falavam nossa língua. Face a essa situação é que foi criado o Corpo de Oficiais Enfermeiras do Exército.O quadro de Enfermeiras da Reserva do Exército foi criado pelo decreto - lei 6.097 de 13 de janeiro de 1943, assinado por Getúlio Vargas e Eurico Gaspar Dutra.(Ministro da Guerra)
                                     Enfermeiras do General Hospital Headquarter Building - Nápoles.
                                Da esquerda para direita: Mair, Soares, Edith, Carlota, Roselys e Isabel.
Seguiu - se a esse decreto da criação a preparação dos cursos e a abertura do voluntariado.Por já haver no país uma grande falta enfermeiras chamadas profissionais, decidiram que aceitariam  também as Samaritanas  e as Voluntárias Socorristas. De posse do diploma de enfermagem a voluntária passaria a frequentar o curso do exército que era equivalente ao CPOR sendo feminino.Não foi só no Rio de Janeiro que foram ministrados cursos e assim  formaram enfermeiras de quase todos os estados brasileiros.
                 Grupo de pracinhas do 45 th General Hospital de Nápoles e a enfermeira Elza Cansação.
 O serviço de saúde da FAB(Senta Pua) embarcando para Itália.A frente a seis enfermeiras: Isaura, Maria Diva, Antônia, Ocimara, Judith e Regina.
Por ter saído do Brasil sem posto hierárquico regular passaram por inúmeras situações difíceis, alguns choques aconteceram com as enfermeiras americanas principalmente com chefes que as procuravam para dar ordens.Faziam parte de tropas diferentes e não eram subordinadas as americanas.Algumas enfermeiras tiveram dificuldades de não adaptarem ao serviço nas condições de vida em campanha e outras por terem tido problemas de saúde e não aguentando os rigores da vida em barracas sem conforto e tiveram que retornar ao Brasil, permanecendo apenas 54 em serviço nos quatro hospitais onde trabalhavam os brasileiros.
 Os hospitais  de campanha não atendiam somente aos brasileiros e americanos ; o socorro era prestado a civis e prisioneiros.Também tiveram problemas com os uniformes; os primeiros deles foi ainda no Brasil. os uniformes que mandaram comfeccionar eram de tão má qualidade e malfeitos que não concebe que tivessem sido feitos para uma representação feminina junto a tropas estrangeiras.As primeiras fardas que receberam eram de brim chamado ¨Zé Carioca¨o mesmo usado para macacões dos mecânicos.O alfaiate escolhido é especialista em fardas para cozinheiros e e chofer de praça.Entrando na guerra muito depois das americanas as brasileiras se portaram a altura de suas colegas que lá estavam a dois anos.Inteligentes , adaptando rapidamente as exigências da técnica de enfermagem em plena campanha de guerra. A instabilidade oriunda da frente pelos exércitos em luta mostraram resistentes fisicamente diante das longas horas de trabalho muitas vezes dobrando os seus serviços no desconforto do meio que viviam.
                                                            
Apesar de todos essas desvantagem as brasileiras jamais deixaram de ser meigas , confortando os em horas de desespero, estimulando com palavras de esperança, procurando cercalos de um ambiente familiar.Perfazendo um total de 73 enfermeiras brasileiras que alistaram oficialmente fora do país na Segunda Guerra Mundial.
¨Vivendo faz-se a história.E essas brasileiras gravaram para sempre com sua vida nos campos de guerra da Itália, belas paginas na história militar do nosso Brasil¨ Altamira  Perreira Valadares(Enfermeira da FEB)
Quadro das enfermeiras brasileiras na Segunda Guerra exposto no Museu ANVFEB de Valença- RJ. 
Lista das enfermeiras brasileiras na Segunda Guerra Mundial
A) 32nd Field Hospital – Platton “B” – Valdibura – Itália
1 – Altamira Pereira Valadares
2 – Juracy França Xavier
3 – Carmem Bebiano
4 – Jacyra de Souza Goes
5 – Neuza de Mello Gonçalves
B) 16th Evacuation Hospital – Pistoia
6 – Bertha de Moraes
7 – Antonieta Ferreira
8 – Elza Cansação Medeiros
9 – Virginia Maria de Niemeyer Portocarrero
10- Silvia de Souza Barros
11- Maria do Carmo Correia e Castro
12- Maria Belém Landi
13- Maria José Aguiar
14- Jurgleide Doris de Castro
15- Sylvia Pereira Marques
16 -Novembrina Augusta Cavallero
17 -Elita Marinho
18 -Elza Miranda da Silva
19 -Ondina Miranda de Souza
20 -Helena Ramos
21 -Wanda Sofia Magewsky
C) 7th Station Hospital – Livorno
22 – Olímpia de Araújo Camerino
23 – Maria Aparecida França
24 – Ignácia de Mello Braga
25 – Fausta Nice Carvalhal
26 – Lindaura Galvão
27 – Haidée Rodrigues Costa
28 – Acácia Cruz
29 – Alice Neves
30 – Aracy Arnaud Sampaio
31 – Amarina Franco Moura
32 – Elza Ferreira Vianna
33 – Hilda Ribeiro
34 – Ilza Meira Alkmin
35 – Jacy Chaves
36 – Lygia Fonseca
36 – Nícia de Moraes Samapio
37 – Nilza Candida da Rocha
38 – Virginia Leite
D) Finalmente em Nápoles
“S.H.B.” anexa ao 182th – General Hospital sob a chefia do Cel. Médico Dr. Augusto Sette Ramalho.
“S.H.B.” anexa ao 35th General Hospital HEADQUAR-TER BUILDING, sob a chefia do Major Médico Dr. Azais de Freitas Duarte.
“S.H.B.” anexa ao 35th FIELD HOSPITAL, sob a chefia do Cap. Médico: Dr. Édson Hypólito da Silva, em SPARANISE, anexa ao DEPÓSITO DO PESSOAL.
40 – Lúcia Osório
41 – Nair Paulo de Melo
42 – Maria Luiza Vilela Henry
43 – Zilda Nogueira Rodrigues
44 – Jandyra Faria de Almeida
45 – Carlota Mello
46 – Edith Fanha
47 – Izabel Novaes Feitosa
48 – Maria Conceição Suarez
49 – Roselys Belém Teixeira
50 – Maria Hilda de Mello
E) EVACUADAS – Via USA ou BRASIL
51 – Graziela Affonso de Carvalho do 38 th Evac. Hospital PISA
52 – Olga Mendes do 16 th Evac. Hospital PISTOIA
53 – Heloisa Cecília Villar do 7 th Station Hospital LIVORNO
54 – Lilia Pereira da Silva do 300 th General Hospital NÁPOLES
55 – Maria de Lourdes Mercês do 16 Evacuation Hospital PISTOIA
56 – Guilhermina Rodrigues Gomes do 7 th Station Hospital LIVORNO
57 – Maria Celeste Fernandes do 16 th Evacuation Hospital PISTOIA
58 – Mathilde Alencar Guimarães do 7 th Station Hospital LIVORNO
59 – Orminda Célia Barroso do 16 th Evacuation Hospital PISTOIA
60 – Jandira Bessa de Meirelles do 7 th Station Hospital LIVORNO
61 – Gema Imaculata Ottolograno do 16 th Evacuation Hospital PISTOIA
F) SERVIÇO DE EVACUAÇÃO DE FERIDOS – Via Aérea Nápoles ao Brasil
62 – Maria José Vassimon de Freitas
63 – Dirce Ribeiro da Costa Leite
64 – Joana Simões de Araujo
65 – Lenalda Lima Campos
66 – Sara de Castro
67 – Semiramis de Queiroz Montenegro
G) As Enfermeiras da “ANA NERY” que serviram junto ao I GRUPO DE CAÇA AÉREO
68 – Isaura Barbosa Lima
69 – Judith Arêas
70 – Antonina de Hollanda Martins
71 – Ocimara Moura Ribeiro
72 – Regina Cordeiro Bordallo
73 – Maria Diva Campos
Perfazendo um total  geral de setenta e três (73) enfermeiras brasileiras que atuaram oficialmente fora do país na Segunda Grande Guerra Mundial.
Fonte:
foi assim....que a cobra fumou (Elza Cansação Medeiros)
Álbum Biográfico das Febianas (Altamira Perreira Valadares)
 Blog O Resgate FEB

16 comentários:

  1. Caro Henrique e uma honra para mim te-lo como seguidor do Politica..., ainda mais depois de ler algumas das suas postagens. Eu tambem sou uma admiradora de nossas Forcas Armadas. Virei visita-lo sempre que possivel.Um abraco, Tereza

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  2. Gracias por visitar mi blog, ya soy seguidor del tuyo.

    www.artbyarion.blogspot.com

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  3. Eu que agradeço, Henrique!
    Achei interessante seu Blog e pude conhecer um pouco mais da nossa história.
    E como as mulheres já eram guerreiras, né????

    Abraços...

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  4. Oi. Eu que agradeço a sua visita e fico feliz em saber que vc e o Brasil estão conhecendo melhor e valorizando a história dos jovens que foram para Itália acreditando num mundo melhor e as mulheres brasileiras fizeram história com sua competência e fibra nos hospitais nos campos de batalhas. Futuramente divulgarei biografia de algumas de nossas enfermeiras.Obrigado Rosângela. valeu.....Henrique.

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  5. Fico muito feliz de ler algo sobre as mulheres e o mais importante algo que eu tive a oportunidade de estudar a fundo Cap Reformada do Exército Brasileiro Altamira, por quem hoje me dou o luxo de chamá-la pelo primeiro nome tendo em vista ter feito meu trabalho de conclusão de curso de história sobre ela, tive a sorte de conhecer fatos de sua vida privada que não aparecem em nossos livros de história que se depender de mim, pretendo mudar. Obrigado por lembrá-las...
    Vilma Schimidt

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    1. Ola, obrigado pela visíta e saber que adimira a FEB e o trabalho tão importante e heróicos das enfermeiras.O blog O Resgate FEB está inteiramente a sua disposição para ajudar a divulgar e feitos da FEB.Eu que agradeço. abraço. Henrique Moura

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  6. Havia enfermeiros também na segunda guerra mundial meu avô era um deles.

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  7. Conheci uma senhora que afirmava ter sido enfermeira na 2ª Guerra Mundial. Seu nome era Alice. Faleceu aos 107 anos, no município de Serra - ES. Ela apresentava projéteis alojados em suas costas, que datariam da 2ª Guerra. Era uma senhora negra, muito lúcida, inteligente e bem relacionada na Grande Vitória.

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  8. Saberia me dizer se alguma das enfermeiras Febianas era de origem lituana? Procuro informações sobre minha avó que foi enfermeira na segunda guerra e tinha a família da Lituânia, morava em uma comunidade lituana no sul do Brasil em 1969. Se alguém puder ajudar ficarei muito agradecido.

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  9. Alguém tem algum arquivo falando um pouco de Maria de Castro Pamphiro, ela foi a que participou da organização da escola Alfredo de pinto como diretora. Se alguém tiver entre em contato comigo gessica.rosalem98@gmail.com ! É um seminário meu da faculdade e não tenho muitas referências.

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  10. Prezado Henrique, estou escrevendo a biografia do Ten. Av. Roberto Brandini, cuja familia é muito amiga da minha. Ela me repassou todo seu acervo contendo fotos, docs, espadas, medalhas, etc... como li seu artigo sobre as enfermeiras, que inclui as da FAB, fiquei muito interessados no livro Album biografico das FEBianas. Ele é muito raro, e assim nao encontro.... seria possivel vc fazer uma copia? se vc necessitar, eu tenho alguns livros da FEB bem raros como, e posso copiar para vc tambem como uma especie de troca! Podemos nos corresponder por e-mail. Aguardo seu retorno e agradeço o auxilio. Eu criei perfil da biografia no Face, e tambem podemos nos comunicar por ali: https://www.facebook.com/profile.php?id=100015439711789

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    1. O Brandini combateu no 1. Grupo de Caça na Italia, no Senta a Pua...

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  11. gotaria muito de ter esse livro "album biográfico das febianas" mesmo que em pdf para utiliza-lo em minha pesquisa.

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    1. Infelizmente não o temos em pdf ainda. Está nos projetos do Centro de Documentação

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  12. Servi o Exército no ano de 1984 e tive a felicidade de conhecer a Sra Carlota Melo, que serviu como Enfermeira na FEB. Depois disso me formei em enfermagem e não tive mais notícias dessa nobre Militar. Recebi com pesar a notícia que esta faleceu em maio deste ano aos 105 anos. Uma heroína a ser sempre lembrada.

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  13. Honra a quem Honra !!!!!, muito m orgulho por durante praticamente cuidar da Dona Maria Diva Campos ,ha uns 20 anos atrás, na Casa Gerontologia De Aeronautica Brigadeiro Eduardo Gomes ..no Galeão ,Ilha do Governador Rj.

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