2º Tenente Ary Rauen |
O 3º Sargento Max Wolff Filho“Rei dos Patrulheiros” |
Impossível andar pelas ruas de Riomafra sem notar a presença dos nomes em logradouros públicos ou mesmo ler obras sobre a participação brasileira na 2ª Guerra Mundial, que não relatem os feitos de dois ilustres riomafrenses, o “Tenente Ary Rauen” e o “Sargento Max Wolff Filho”.Esses dois personagens, cujos nomes denominam ruas, praças, escolas, museus e até unidades militares do Exército como o 5º Regimento de Carros de Combate (Regimento Tenente Ary Rauen), em Rio Negro e o 20º Batalhão de Infantaria Blindado (Batalhão Sargento Max Wolff Filho), em Curitiba, tanto nesta região como Brasil à fora, tem, além da conterraneidade, inúmeras outras semelhanças e coincidências que os fazem figurar entre os vultos de nossa história, tanto local como nacional.A rigidez do Tenente e a flexibilidade do Sargento, dono de um notável tato com seus companheiros de farda, parecem uma das poucas diferenças de personalidade e postura profissional entre esses dois militares, integrantes do 11º Regimento de Infantaria (11º RI), cujas semelhanças, principalmente no que se refere à coragem demonstrada em combate, fazem de seus nomes presença obrigatória em qualquer obra que trate da participação brasileira na 2ª Guerra Mundial.
Ação, entusiasmo, juventude, energia e coragem”, a frase do General Meira Mattos define como nenhuma outra, a atuação do 2º Tenente Ary Rauen na Campanha da Itália. O jovem oficial de 22 anos, que estudou no Grupo Escolar “Duque de Caxias” (que funcionou nas instalações que atualmente abrigam a Guarnição Especial de Polícia Militar de Mafra), formou-se no centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Curitiba, tendo por diversas ocasiões, sua atuação em combate destacada pelo Comando do 11º RI, como o ocorrido na permanência em posição durante o retraimento desordenado de seu Batalhão diante de um ataque alemão ou mesmo a iniciativa ofensiva adotada no ataque à vila de Montese.
O 3º Sargento Max Wolff Filho, aqui nascido e onde chegou a trabalhar no transporte de erva mate realizado à barco pelo rio Negro, recebeu o título de “Rei dos Patrulheiros”, um reconhecimento da mídia da época e dos próprios companheiros a quem era uma unanimidade entre a tropa brasileira. Assediado pela imprensa, o Sargento Wolff comandava um pelotão especial, responsável por missões altamente arriscadas, de incursões ao território inimigo ao resgate de feridos na “Terra de Ninguém”. Bem-humorado, voluntarioso e altamente eficiente, sua fama se espalhou pelos campos de batalha, sendo condecorado inclusive pelo exército Norte Americano.
Assim como a existência de semelhanças positivas entre Max e Ary, o fator trágico também foi comum aos dois, “Heróis” por suas ações ou por seus ideais, esses riomafrenses não voltaram a ver esta terra. Como algo comum aos bravos, que são bravos porque realizam feitos não comuns aos demais, porque tem coragem, porque lutam e superam seus medos e, por conseqüência se expõe mais do que os outros, arriscando-se, não por ignorância ou imprudência, mas pelo sentimento do dever, um dever que extrapola a simples condição de soldado e que reflete a personalidade de homens fortes, o dever para consigo e tudo aquilo que amam e acreditam, a eles se reservam honrosos lugares em nossa História.
Andando pelas ruas de Riomafra é fácil perceber a presença de nomes como o do Tenente Ary Rauen e do Sargento Max Wolff Filho em diversos logradouros públicos, seja em uma das principais avenidas de Mafra, em praça central de Rio Negro.
Fonte: Fábio Reimão de Mello (Professor e historiador)
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