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sexta-feira, 30 de março de 2012

FREI ORLANDO - Capitão Capelão Antônio Álvares da Silva

Nasceu em um pequeno povoado do interior de Minas Gerais, à margem direita do rio São Francisco, chamado Morada Nova, em 13 de fevereiro de 1913. Batizado, ganhou o nome de Antônio Álvares da Silva. Órfão com apenas um ano de idade, foi criado por família que prezava a religião católica. Depois da primeira comunhão, em 1920, passou a frequentar assiduamente o catecismo. Nele revelou-se nitidamente o pendor para a vida clerical, o apreço pelas coisas da Igreja, a compaixão pelos humildes. Foi assim que, tendo iniciado seus estudos em Divinópolis (MG), seguiu para a Holanda, de onde retornou para sua ordenação como sacerdote. Não era mais Antônio, mas, sim, o frei Orlando.
Frei Orlando
Ordenado frade, frei Orlando foi para São João del Rei, onde lecionou no Colégio de Santo Antônio, um estabelecimento de ensino dirigido pela Ordem dos Franciscanos Menores. Tinha 24 anos de idade. Caridoso, o jovem padre instituiu a "Sopa dos Pobres", uma obra de assistência social que chegou a receber o apoio voluntário de muitos integrantes do 11º Regimento de Infantaria (11º RI). Nessa época, deparou com os preparativos da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para a II Guerra Mundial, vendo a cidade em polvorosa com a chegada dos muitos convocados para integrar os contingentes da FEB.
Viu o 11º RI partir e não se conformou em permanecer impassivelmente na cidade. Assim, quando o então comandante do regimento, coronel Delmiro Pereira de Andrade, solicitou a indicação de um religioso para capelão militar ao Comissariado dos Franciscanos em São João del Rei, frei Orlando viu a oportunidade de concretizar um de seus mais acalentados sonhos: o de ser missionário sem fronteiras, ir a qualquer parte do mundo para multiplicar os discípulos de Deus. Integrou-se, então, à FEB, e seguiu para a Europa. Seu primeiro trabalho foi celebrar uma missa na catedral de Pisa para os pracinhas brasileiros.
Naquela manhã de fim de inverno europeu, em meio aos seus colegas, estava Frei Orlando, bravo Capelão do II Batalhão do 11º RI.
Era jovem. Físico de atleta. Cabelos negros. Semblante sempre alegre. Onde ele estivesse, estaria também à alegria. Era assim Frei Orlando. Por todos estimado.
Pelo seu heroísmo e pela sua bravura, granjeou o respeito e a admiração de todos os componentes de 11º RI.
Nos momentos mais cruéis e mais difíceis, quando o fogo da metralha e o arrebatar das granadas castigavam os homens do seu Batalhão, ali estava ele, com um realejo, a tocar para animar os soldados em luta. Para alguns, aquilo poderia parecer uma temeridade, mas não era. Ele, no meio dos soldados, simbolizava, em toda a sua inteireza, a figura do pai extremado junto aos filhos, na hora em que suas vidas corriam perigo.
“Frei Orlando, saia daí, seu lugar é junto ao médico!”. Gritavam-lhe o tenente e o sargento do pelotão. Mas o Capelão ficava. Ficava para encorajar os filhos, animando-os à luta.
Após uma reunião para tratar de assuntos referentes a Capelania, Frei Orlando não tinha viatura para regressar a Riola, onde estava o PC.
Decidiu ir a pé. Ao chegar a trezentos metros de Bombiana, encontrou um capitão do seu Batalhão, que lhe deu uma carona. Depois de percorrer uma boa parte da estrada poeirenta, o jipe esbarra numa pedra e para. Descem os ocupantes. Um “partigiano” que ia na viatura procurou remover o obstáculo, mas fê-lo desastradamente. Com a coronha do fuzil, procurou tirar a pedra de sob o eixo traseiro da viatura. A arma estava carregada, e com o esforço, detonou, atingindo em cheio o coração de Frei Orlando, que exclamou: “Minha Nossa Senhora!” O Capitão veio em socorro. Com o terço na mão, fala ao amigo: “Não há mais jeito, estou ferido”. Rezando, morreu.
Aquelas mãos, agora contraídas no terço da Virgem, foram mãos que tantas vezes abençoaram; que tantas vezes se ergueram aos céus para pedir pelos filhos, que, distantes da Pátria, bravamente lutavam para que o Brasil e o mundo fossem livres.

Fonte: Revista Militar Brasileira 
           Site ANVFEB


sexta-feira, 23 de março de 2012

Patch da Força Expedicionária Brasileira.

Raro patch da FEB (Cobra Fumando) feita pelas bordadeiras italianas tipica da cidade de Florença para os pracinhas brasileiros, pertenceu ao 1º tenente da infantaria morador da cidade do Rio de Janeiro.
(acervo O Resgate FEB)

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A origem da expressão " A COBRA ESTÁ FUMANDO"  era uma alusão à posição brasileira em relação ao conflito; alguns acreditavam que seria mais fácil fazer uma cobra fumar que o Brasil entrar em guerra. Esta expressão tornou-se o lema da FEB-Força Expedicionária Brasileira. Empregou 25.334 homens que lutaram ao lado dos Aliados da Itália durante a Segunda Guerra Mundial.

segunda-feira, 19 de março de 2012

LUVAS DE INVERNO USADO PELA F.E.B.

Luvas de fabricação americana para temperaturas abaixo de zero no rigoroso inverno de 1944 usadas pela FEB.O nome oficial deste modelo é wool / leather gloves palm ou seja luvas de lã com palmas de couro.
(acervo O Resgate FEB)
(clique na foto para ampliar)

segunda-feira, 12 de março de 2012

Military Police F.E.B - ORIGEM

A organização de uma unidade para atuar com função de polícia foi mais uma exigência ditadas pela necessidade de adaptar o Exército brasileiro à nova estrutura da Segunda Guerra Mundial para operar em combate. Como se tratava se tropa especial, teve que ser criada: sua origem vem dos Decretos Reservados 6.069-A, , 6.071-A, 6.072-A, 6.073-A, todos de 06 de dezembro de 1943, que criou a Tropa Especial da 1ª Divisão e Infantaria Expedicionária. Em 05 de fevereiro de 1944, por boletim especial do Exército, o Pelotão de Polícia começou a ser organizado, inicialmente com elementos do 3º Regimento de Infantaria – sua estrutura organizacional seguia a linha do modelo americano Military Police Platoon. Algum tempo depois, o Diretor da Guarda Civil de São Paulo colocava à disposição da 1ª DIE todo seu pessoal para que dela saísse o contingente principal do Pelotão de Polícia. O oferecimento foi aceito. Tiveram desempenho importante nesse episódio o Major Luís Saldanha da Gama, recém-nomeado, Chefe do Serviço Especial da FEB , e Major Luís Gonzaga da Rocha, Chefe de Polícia. Esses dois chefes fizeram ver às autoridades militares responsáveis a enorme vantagem de aproveitamento dos homens da Guarda Civil de São Paulo. Além de ter o treinamento necessário para os serviços de polícia e de tráfego, essa tropa era composta de homens selecionados, com porte avantajado e marcial.
O Pelotão de Polícia então foi organizado em sua maioria com elementos oriundos daquela conceituada corporação policial e desde o começo se destacou do resto da FEB: uniforme bem cortado, aparência marcial e um perfeito treino para o exercício da missão a que estava destinado. Foi sem dúvida a unidade de FEB que já embarcou do Brasil com treino especializado e em pouco tempo distingui-se da demais, sabendo adquirir a confiança dos chefes. Esse preparo foi muito importante para a FEB; o Pelotão de Polícia iria exercer tarefa vital, dirigir o fluxo de tráfego em zona de combate, quer dentro da neblina artificial que durante o dia mascarava o movimento da tropa, quer durante a noite, no mais rigoroso regime de blackout. Muitos problemas de interrupção de tráfego, muitos acidentes foram evitados, muitas vidas foram poupadas pelo eficiente comportamento desse Pelotão.
Quem foi motorista na FEB não esquece a figura dos MP (Military Police, nome inicialmente dado ao Policial do Exército durante os combates na Itália) postados em uma encruzilhada ou na cabeceira de alguma ponte, dando as informações precisas, mandando aguardar ou avançar. Os membros do Pelotão frente de combate ou na retaguarda, com a missão de orientar o tráfego de veículos em comboios, carros de combate e deslocamento de tropas a pé. Essas missões obrigavam a permanecer em seus postos, e muitas vezes sob forte bombardeio inimigo. O Pelotão de Polícia teve algumas baixas, uma delas extremamente dolorosa: um soldado da MP, em serviço na Ponte Veturinna, no dia 10 de fevereiro de 1945, deu voz de prisão a um elemento da tropa aliada, em estado de embriaguez, que não queria obedecer sua instrução. Foi abatido a tiros por esse militar embriagado, que, preso logo em seguida, foi entregue à sua unidade de origem. Esse militar respondeu à Corte Marcial e foi fuzilado. O fato causou constrangimento , mas também surpresa, pela rapidez com que o comando aliado julgou e condenou o responsável à pena máxima, sem apelação ou qualquer mercê.
Os membros do Pelotão tinham características que os distinguiam do resto da tropa da FEB. Na gola do uniforme, ostentavam um distintivo “duas garruchas cruzadas” em metal amarelo (até hoje é um dos símbolos da Polícia do Exército), uma braçadeira azul-marinho com as letras MP (Military Police), depois substituídas pelas inscrição PE (Polícia do Exército) se referindo ao Braçal PE. No capacete, havia uma bandeira brasileira no centro, tendo dos lados as letras M à direita e P à esquerda, envolvendo o capacete, duas faixas amarelas e atrás o distintivo do V Exército.
Braçadeira e apito utilizados pela MP da FEB
(acervo O Resgate FEB)
                                               
O Pelotão, inicialmente comandado pelo 1º Tenente Walmir de Lima e Silva e posteriormente pelo 1º Tenente José Maciel Miler, embarcou em escalões. O primeiro acompanhou a tropa do 6º RI e integrou a Destacamento da FEB, ficando diretamente sob o comando do General Zenóbio da Costa que, a partir desse momento, passou a dar especial atenção a essa tropa, procurando aprimorar sua capacidade profissional e sua apresentação. Em março de 1945, por necessidade do serviço, o Pelotão foi transformado em Companhia de Polícia e nessa qualidade continuou a prestar seus estimáveis serviços à FEB, até o retorno, também feito em escalões. Os serviços, aliás, não cessaram com o fim das hostilidades; a Companhia continuou a operar como antes, responsável pelo tráfego, pelas atividades policiais propriamente ditas, guarda de prisioneiros e outras.

Fonte: Francisco Miranda  Blog.

segunda-feira, 5 de março de 2012

CONVITE ¨FESTA DANZANTE¨ Itália /F.E.B

clique na foto para ampliar
Raríssimo Convite, feito pelo comando e oficiais do 1º Batalhão do 6º Regimento de infantaria na cidade de Voghera (Itália), para um baile oferecido a sociedade local onde a nossa tropa esteve durante algum tempo aguardando regresso para o Brasil
(acervo o Resgate FEB)