CT Mariz e Barros - M 1/D 26
Classe Marcílio Dias ou M
O Contratorpedeiro Mariz e Barros - M 1, foi o segundo navio a ostentar esse nome em homenagem ao Capitão-Tenente Antônio Carlos de Mariz e Barros, morto durante a Guerra do Paraguai, na Marinha do Brasil.
O Mariz e Barros foi construído pelo Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, seguindo o projeto da classe norte-americana Mahan. Teve sua quilha batida em 8 de maio de 1937, foi lançado e batizado em 28 de dezembro de 1940 e incorporado em 29 de novembro de 1943. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Mar-e-Guerra Antôni o Alves Câmara Júnior.
Durante a sua permanência no serviço ativo da Marinha do Brasil, o Contratorpedeiro MARIZ E BARROS navegou 237. 672,66 milhas náuticas, com um total de 832,5 dias de mar. Neste período, realizou inúmeras comissões de relevância não só escoteiro como juntamente com os demais navios da Esquadra, destacando-se as realizadas durante a Segunda Guerra Mundial, ocasião em que participou efetivamente, de operações de guerra, tendo escoltado 8 comboios, incluindo o transporte da Força Expedicionária Brasileira à Campanha da Itália. Além disso, efetuou 3 patrulhas oceânicas, guarneceu e estações de salvamento e orientação de aeronaves no Atlântico, participou do salvamento de 85 náufragos do NA VITAL DE OLIVEIRA e Cruzador BAHIA. Em operações de guerra navegou 66 853 milhas náuticas e fez 186 dias de mar.
Histórico de Operaçaões do CT MARIZ E BARROS:
- 08/jun/1944 - Recebeu visita do Presidente da República Getúlio Vargas, Ministros de Estado e autoridades navais para navegação de demonstração.
- 15/jun/1944 - O navio foi incorporado ao Grupo Tarefa cosntruido pelos cruzadores americanos OMAHA e DE MARTS para realizar patrulhamento do Atlântico.
- 08/jul/1944 - Escoltou, como capitânia, juntamente com os CTs MARCÍLIO DIAS e GREENHAlGH, o transporte americano GENERAL W. MANN, que transportou o Primeiro Destacamento das Forças Expedicionárias Brasileiras com destino à Itália. Navegou até 80 milhas de Recife quando foi rendido pelo cruzador americano OMAHA.
- 05 a 09/jul/1944 - Escoltou de Recife ao Rio de Janeiro, o navio mercante PEDRO II do Lóide Brasileiro, que conduziu tropas para o Sul do país, tocando em Vitória, ES, onde deixou parte do destacamento.
- 20/jul/1944 - Socorreu o Navio Auxiliar VITAL DE OLIVEIRA, torpedeado na noite anterior entre os cabos de São Tomé e Frio. Encontrou o Caça-SubmarinoJAVARI, que recolhera 74 homens e prosseguiu viagem em busca do HiateGUANABARA, que havia recolhido 82 náufragos, localizando-o e fazendo o transbordo do pessoal, conduzindo-os ao Rio de Janeiro. Por estar com avaria nas bombas de circulação de óleo das turbinas, somente deu caça ao submarino atacante no dia 22 de julho, patrulhando a área até o dia 25.
- 02/ago/1944 - Designado como capitânia da escolta do comboio JF-20, composto de navios mercantes brasileiros, com destino ao Porto de Santos.
- 21/ago/a 06/nov/1944 - Partiu para o Arsenal de Filadélfia, USA, para instalação de novo armamento, novo aparelho de escuta e obras complementares, retornando no dia 09 de novembro;
- 26/nov/1944 - Suspendeu de Recife, fazendo parte do Grupo Tarefa 41.1, juntamente com o Contratorpedeiro MARCÍLIO DIAS e o Cruzador OMAHA para escoltar o transporte americano M.C.MEIGS, que transportou para a Itália, o 3o Destacamento da Forças Expedicionária Brasileira, chegando no dia 04 de novembro e retornando ao Brasil no dia 07 de novembro, aportando em Recife no dia 15 do mesmo mês.
- 18/dez/1944 - Suspendeu com destino a Natal, levando a bordo o Comandante da Força Naval do Nordeste para assistir a cerimônia de entrega pelas autoridades americanas dos Contratorpedeiros BENEVENTE e
BAEPENDI. - 20/dez/1944 - Escoltou entre a Bahia e o Rio de Janeiro, o paquete nacional ITANAGÉ, transportando tropas.
- 06/jan/1945 - Transportou para a Ilha de Trindade, destacamento do Corpo de Fuzileiros Navais.
- 08/jan/1945 - Suspendeu do Porto do Rio de Janeiro, em comissão de guerra, como parte do Grupo Tarefa 41.4 constituído pelo Cruzador americanoMARBLEHEAD e o Contratorpedeiro GREENHALGH, a fim de escoltar o transporte americano GENERAL MC MEIGS, que conduziu o 4o Destacamento da Força Expedicionária Brasileira com destino à Itália. Nas proximidades de Gibraltar o comboio foi apoiado por dois BLIMPS e esquadrilhas de aviões Catalina e Sunderland, em vista da possibilidade de encontro com submarinos inimigos, que nas vésperas haviam torpedeado quatro navios mercantes na área. Durante a viagem de retorno, no dia 1 de março, na posição de LAT 0o 25'N e LONG 30015'W, o navio fez contato submarino, realizando ataque com bombas de profundidade com resultados ignorados.
- 05/mar/1945 - Desatracou do Porto de Recife com destino a Ilha de Trinidad (Antilhas), de onde retornou escoltando o USAT FLÓRIDA, que transportou feridos de guerra da Força Expedicionária Brasileira até Recife.
- 23/mar/1945 - Desatracou do Porto de Recife, em missão de guerra, escoltando oUSAT FLÓRIDA, com destino a Port of Spain na Ilha de Trinidad (Antilhas).
- Durante o Comando do Capitão de Mar e Guerra Antonio Alves Câmara, este navio realizou 19 comissões durante o período de guerra do Brasil contra a Alemanha percorrendo 49.242,1 milhas, fazendo 131 dias de mar.
- 22/mai/1945 - Partiu do Rio de Janeiro em direção à Recife, para fazer parte do grupo-tarefa 27.10 para servir de apoio à estação metereológica para aviões norte americanos vindos da África para Natal, via Ilha da Ascensão, guarnecendo a estação 14 (LAT 06O 30' S e LONG 28o30"W), em substituição ao Contratorpedeiro BENEVENTE e passando a tarefa para o Contratorpedeiro GREENHALGH no dia 25.
- 08/jul/1945 - Com a finalidade de se incorporar à Unidade Tarefa 27.1.1 na busca de náufragos do Cruzador BAHIA, demandou o ponto LAT 01o 20'S e LONG 32o22'W. Às 16.30 do dia 09 de julho foi avistada uma balsa do Cruzador BAHIA na posição LAT01o 25'S e LONG 32o 13' W, com quatro tripulantes mortos. Após a identificação, os corpos foram amortalhados e lastrados, realizando-se o sepultamento no mar às 19:45h, segundo o que determinava os artigos 6-12-17 e 6-12-22 da Ordenança Geral do Serviço da Armada. Às 23:40 do mesmo dia incorporou-se à Unidade Tarefa 27.1.1 formada pelos Contratorpedeiros MARCÍLIO DIAS e GREENHALGH, tendo como capitânia o Cruzador americano OMAHA. No dia 14 de julho à 07:00 foi encontrada outra balsa, sendo recolhida a bordo.
- 03/ago/1945-Navegou com os Caça-Submarinos GUAPORÉ, GURUPI e JAGUARÃO, até a altura da Ilha Rasa onde encontrou o Navio Mercante PEDRO I, que trouxe um contingente da Força Expedicionária Brasileira de regresso da Itália, escoltando-o até o Porto do Rio de Janeiro.
- 27/out/1945 - Largou do Porto de Recife para em conjunto com a Força Naval do Nordeste, para regresso ao Rio de Janeiro.
- 1972Em 22 de agosto, deu baixa do serviço ativo.
C a r a c t e r í s t i c a s
Deslocamento: 1.500 ton (padrão), 2.200 ton (carregado).
Dimensões: 104 m de comprimento, 10.7 m de boca e 3.7 m de calado.
Propulsão: vapor; 4 caldeiras Babcock-Wilcox; 2 turbinas a vapor G.E. gerando 42.800 shp, acopladas a dois eixos.
Eletricidade: dois turbo geradores de CC com 250 kw cada, 240 volts em sistema a três fios (double volts - 240/120 volts); dois conversores para 440v Ca 60 Hertz, 100 kva; dois diesel geradores, um de emergência e um de porto, com 100 kw CC, 240 volts a três fios.
Velocidade: máxima de 36.5 nós.
Raio de ação: 6.000 milhas náuticas a 15 nós.
Armamento: 5 canhões de 5 pol./38 (127 mm) em reparos singelos; 4 canhões Bofors L/60 de 40 mm em dois reparos duplos; 8 metralhadoras Oerlikon de 20 mm em reparos singelos; 3 reparos quádruplos de tubos de torpedos de 21 pol. (533 mm); 2 calhas de cargas de profundidade Mk 3, 4 projetores laterais do tipo K Mk 6 para cargas de profundidade Mk 6 ou Mk 9 e dois geradores de fumaça Mk 4.
Tripulação: 210 homens.
Obs: Características da época da incorporação na MB.
Referência Bibliográfica: Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha
O Resgate FEB
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