O que se passa na cabeça de um soldado quando está na linha de frente cara a cara
com o inimigo, prestes a matar ou a morrer ? Difícil resposta. Apenas se pode imaginar coisas
como: “É agora! Estamos em maioria é só passar fogo e isso acaba logo” ou ao contrário: Não
temos como sair daqui, então já que vou morrer mesmo vou levar mais alguns deles comigo e
morrer como homem!”, Esse “ao contrário” é o que deve ter passado pelas cabeças do cabo
José Graciliano Carneiro da Silva, um pernambucano de Recife, do soldado Clóvis da Cunha
Paes e Castro de Açaré – Ceará e do também soldado Aristides José da Silva, mineiro de
Leopoldina, todos do 1º RI.
Ao amanhecer de 24 de janeiro de 1945, uma patrulha comandada pelo sargento
Virgulino Loyola recebeu ordens de tomar a cota 720 na região de Precaria. Durante a
progressão foi alvejada muito de perto por tiros de armas automáticas e morteiros matando
uns e ferindo outros, inclusive seu comandante. Diante da rodem de recuar, só cinco dos noves
componentes do grupo de combate, voltaram. Além do sargento , ferido e feito prisioneiro,
tombaram para sempre Clóvis, José Graciliano e Aristides.
Aos 5 de março do mesmo ano, após a tomada de Castelnuovo, foram encontrados
os corpos dos três heróis em uma sepultura simples, com uma cruz tosca cravada que dizia em
alemão “3 TAPFERE - BRASIL – 24/I/45” ( 3 bravos – Brasil ) como tributo a valentia e ousadia
que com certeza os três tiveram no combate com a tropa inimiga, pois eles decididamente
não tinha por hábito sepultar seus adversários. O que teriam feito nossos três heróis para
receber tal reconhecimento? Só Deus sabe, mas com certeza foi algo que impressionou o
comandante da tropa inimiga.
Todos nós já tínhamos conhecimento do feito dos mineiros do 11º RI, Geraldo Baeta
da Cruz, Arlindo Lúcio da Silva e Geraldo Rodrigues de Souza que, se é que podemos dizer
assim, foram também homenageados da mesma forma pelo seus atos de bravura aos 14 de
abril de 1945 durante a tomada de Montese e com isso,não poderíamos de deixar registrado
para a posterioridade o feito de Clóvis, José Graciliano e Aristides que deram a suas vidas pela paz mundial tombando como verdadeiros heróis.
Clóvis da Cunha Paes de Castro |
Id-1G- 180825 - classe 1922.
1º Regimento de Infantaria. Embarcou para além mar em 20 de setembro. Natural de Assaré Estado do Ceará. Filho de Arthur Moreira Paes de Castro e D.Maria José da Cunha, tendo como pessoa responsável o Sr. Arthur Paes de Castro do Instituto do Álcool e Açúcar, Praça 15 de Novembro nº 42 Distrito Federal. Faleceu em ação no dia 24 de janeiro de 1945, na Itália,e foi sepultado no Cemitério Militar Brasileiro de Pistoia, na quadra B, fileira nº 8, sepultura nº 91, marca- lenho provisório.Foi agraciado com as Medalhas de Campanha, Sangue do Brasil, e Cruz de Combate de 2º Classe.No decreto que lhe concedeu está ultima condecoração, lê se *Por uma ação de feito excepcional na campanha da Itália*
Na tentativa de tomar a cota 720 na região de Precária pelo seu grupo de combate , foi atingido pelo fogo inimigo. Foi enterrado pelos alemães como herói.
Marco em Precária (Itália) em homenagem aos Três heróis da FEB. Foto do Blog Redescobrindo o caminho de meu pai |
Local onde eles foram enterrados em 1945 pelos Alemães |
Ilustração Henrique Moura
Pequisa Boletim Especial do Exército
No seu livro Crônicas de Guerra, edição de 1986, o correspondente de guerra Rubem Braga no prefácio responde a seguinte pergunta por muitos feita, duvidando da real participação do Brasil na geurra:
ResponderExcluir"Aquilo foi uma farra danada com tudo pago pelos americanos, não é verdade"
Resposta de Rubem:
"Não, o Brasil realmente entrou em combate e os americanos receberam tudo o que gastaram"
Alguém quer uma prova maior que a matéria exposta ?
Valeu....concordo plenamente.Brasil povo sem memória.
ResponderExcluirE meu parente esse Aristides José da Silva e tio do meu avô
ResponderExcluirMeu avô o sargento LOYOLA de Freitas Virgolino!
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