Com  a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em 1942, o  Exército  Brasileiro passou a receber equipamentos motomecanizados,   modernos,   oriundo dos Estados Unidos para equipar dentre outras as  unidades de  artilharia, dando-lhes uma nova dimensão, seja em termos de  mobilidade e  capacidade de poder de fogo.
Com a criação da Força Expedicionária Brasileira – FEB, em 1943 e seu envio para o teatro de operações na Itália em 1944/45, coube ao 1º Grupo do 1º Regimento de Artilharia Pesada Curta – I/1ºRAPC a primazia na utilização do então moderno TRATOR M-5 de 13 toneladas e alta velocidade, uma grande novidade entre nós
Estes tratores eram  viaturas militares sobre lagartas para tração  pesada, destinada  principalmente a rebocar obuseiros de 105 e 155mm e  neste caso eles  tracionavam as 18 peças de 155mm, sendo uma para cada  trator, e todos  receberam a matrícula      FEB 440-C, que indicava pertencer à 3ª Bateria do IV Grupo do I/1º R.A.P.C. e o respectivo número do veículo de dois dígitos como 81, 77, 78, 79, 80, etc, e alguns chegaram a possuir nomes como VERA,   que representava uma forma carinhosa de manter viva a saudade sobre a   pessoa amada que aguardava a volta  do combatente ao solo brasileiro.
De  aparência estranha se comparado com os outros veículos  empregados  naquele teatro de operações, ele desenvolvia uma velocidade  de 48km/h  que podia numa emergência chegar a 56km/h. Dispunha de  compartimentos  apropriados para pessoal, 9 homens sentados, munições (30  granadas de  155mm), ferramental, sobressalentes e outros equipamentos  necessários  ao seu uso, podendo ser usado nas configurações aberto e  fechado com  uma capota de lona que lhe dava um ar mais sóbrio onde  ostentava força e  robustez.
Era  impulsionado por uma motor a gasolina Continental modelo R 6  572, de  seis cilindros em linha, quatro ciclos, refrigerado a água,  válvula na  cabeça, com dois carburadores e potência máxima de 235 HP.  Sua  embreagem era do tipo pesada com reduzida de baixa e alta  velocidade,  acionada a ar comprimido por meio de um pedal de serviço e  em situação  de emergência, na falta de ar, existia um outro pedal que  funcionava  mecanicamente. A transmissão era do tipo helicoidal de passe  constante,  com quatro velocidades à frente e uma a ré, que combinando a   transmissão com a redução de embreagem, obtêm-se oito velocidades e duas   marchas a ré.
A versão M-5 era dotada  de lagartas de aço T36E6 ou T55E1 com  garras integrais, de 24cm de  largura, padronizada para carros de combate  leves, podendo ainda  empregar lagartas de borrachas amovíveis modelo  T16, o que lhe  proporcionava uma grande mobilidade em terrenos  lamacentos e íngremes e  boa velocidade em estradas.
Sua  aparência ficava ainda mais estranha em razão de existir na sua  parte  frontal um compartimento onde se alojava um guincho com capacidade  de  6,8 toneladas.
Dispunha  ainda de controles e conexões para acionar no reboque freios  elétricos  ou pneumáticos, existindo na sua parte traseira tomadas para  ambos os  tipos.
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| Trator M 5 da FEB. Foto de Tomek Basarabowicz.  | 
Foi um  grande avanço para este novo conceito de artilharia que se  vislumbrava  com a segunda guerra mundial, fator determinante na  modernização dos  meios até então utilizados no Brasil, quando o mais  moderno era a  artilharia hipomóvel e auto-rebocável, certo é que eles  prestaram um  grande apoio às demais unidades da FEB envolvidas nos  combates com  unidades alemãs e italianas e após a guerra os 18 tratores  M-5 foram  enviados para o Brasil e incorporados no Exército Brasileiro  que já  recebia diversos outros iguais e modelos similares que foram  empregados  com sucesso até os anos 80.
Pesquisa:
Um veterano de guerra M 5 em Brasília com o emblema da Artilharia Pesada da FEB. Nome: Tractor M-5, 13 Ton, High-Speed
Comprimento: 4,851m
Largura: 2,540m
Altura total: 2,642m
Suspensão: Mola voluta vertical
Peso em ordem de combate: 12.958kg
Pressão sobre o solo: 0,502m
Guarnição: 9 homens
Armamento: uma metralhadora .50
Motor: Continental R 6 572, seis cilindros, quatro ciclos, 235HP, a gasolina, refrigerado a água
Sistema elétrico: 12 volts
Capacidade do tanque de combustível: 378,6 litros de gasolina de 70/72 a 80 octanas sendo 189,3 em cada um dos dois tanques
Raio de ação: 240km
Rampa máxima sem reboque: 72%
Rampa máxima com reboque: 50%
Vau máximo: 1,35m
Fosso transponível: 1,68m
Raio de volta mínima: 6,10m
Carga máxima de reboque: 9.205kg
Expedito Carlos Stephani Bastos.
Pesquisador de Assuntos Militares da Universidade Federal de Juiz de Fora









Olá amigo, este blog sobre a história da FEB é uma homenagem muito merecida.
ResponderExcluirSou militar aposentado (reformado) e faço uma idéia da força e da coragem desses bravos guerreiros.
Fica com Deus, abraço.
Henrique parabéns por seu blog, pois aqui está as mais ricas informações sobre a participação do Brasil na II Guerra.
ResponderExcluirAmigo, acho que podes melhorar o texto no parágrafo: quatro ciclos, refrigerado a água, válvula na cabeça = quatro tempo, refrigerado a água, válvulas no cabeçote.
ResponderExcluirMuito bom seu blog. Abraços.