segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Sentimento de Impotência:Não podíamos fazer nada.

Relato do Veterano Joaquim F. Amaro. (in memoriam)
Chefe de uma equipe de Padioleiros, lembro-me da noite em que fomos acordados para seguirmos para a frente de combate, ajudar na tomada de Montese. Chegamos de madrugada. Porém depois de algum tempo, fomos informados pelo guia que estávamos perdidos. Ficamos entre dois morros, onde, a todo momento, nossos corpos eram atingidos por estilhaços de granada, que caiam já sem força para nos ferir. Pela manhã, ainda escuro, procuramos um atalho. A estrada de acesso a Montese, dividia um lindo campo de trigo. Começávamos, então, a ver e a sentir de perto o horror da guerra. Os primeiros infantes que avançaram em direção ao trigal, foram sendo dizimados pelas minas lançadas no terreno. Não esqueço os pedidos de socorro daqueles companheiros, mas não podíamos fazer nada, se fossemos tentar retirá-los dali, havia o perigo de ficar mais quatro padioleiros, isto não esqueço, da impotência e de nada podermos fazer para ajudar um companheiro que praticamente estava morrendo.

Fonte: O Veterano – Ano 1 – Nº2 – Informativo da ANVFEB – Seção Regional de São Bernardo do Campo
Ecos da Segunda Guerra

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Bornal de padioleiro da F.E.B

Raro bornal de padioleiro da FEB entregue na Itália pelos americanos.Primeiros socorros são procedimentos de emergência que devem ser aplicados a um soldado ferido, até chegar um atendimento médico especializado.Mela continha tudo para um atendimento emergencial no campo de batalha.Montei com o que tenho para dar uma noção de como eram equipadas as sacolas; dentre muitos itens por eles utilizados como ataduras, curativos, morfina, tesoura, pinça, soro e gazes. A braçadeira de padioleiro e a mesma usado por eles na Segunda Guerra.
(acervo O Resgate FEB)
Padioleiro
"O soldados a serviço da saúde estão entre os menos lembrados. Para os expedicionários eles nunca serão esquecidos.Eram soldados que combatiam sem armas, e que tinham a missão de resgatar, atender, transportar feridos para a segurança da retaguarda e muitas vezes sob fogo inimigo. Os padioleiros atendiam  feridos brasileiros, americanos , civis italianos e ate mesmo soldados alemães.Padioleiros é aquele que no campo de batalha procura cuidar dos feridos.A FEB perdeu oito padioleiros mortos na Segunda Guerra"
Padioleiros da F.E.B, repare o bornal de primeiros socorros


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Benedito Moreira - Herói da Segunda Guerra Mundial

Benedito Moreira ( * 01/08/1920 | + 07/01/2001 ) foi um pracinha da FEB (Força Expedicionária Brasileira) que lutou e combateu durante a Segunda Guerra Mundial no teatro de operações na Itália. 
Natural de Natividade da Serra, Benedito Moreira nasceu no dia 01 de agosto de 1920 no bairro Sete Pinheiros. Era filho do casal Luiz Moreira e Cândida Portes.
Foi para o Exército no ano de 1939 quando tinha ainda 18 anos e quando atravessou os portões do 6º RI – Regimento de Infantaria (Regimento Ipiranga) de Caçapava-SP, executou os primeiros movimentos de ordem unida, deu os primeiros tiros e recebeu a boina. Não passava pela cabeça desse jovem nativense, tranquilo e trabalhador que cerca de 4 anos mais tarde estaria sendo convocado para os campos da 2ª Guerra Mundial na Itália.
Muitos soldados passavam anos desejando internamente que um conflito acontecesse para que eles pudessem aplicar o que aprenderam na teoria e nos exercícios simulados. Mas, a guerra é caprichosa e não acontece para qualquer um. Para Benedido Moreira ela resolveu acontecer e mesmo se houvesse uma tentativa de fugir, não teria mais jeito.
Na época, havia muitos setores da nossa sociedade que acreditavam que as tropas não embarcariam. Apesar da euforia vivida, alguns jornais, políticos e até chefes militares acreditavam que toda a campanha cívica pela entrada na guerra não passava de uma jogada política de Vargas. Muitos diziam que era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil enviar tropas para a guerra. Para surpresa dos cépticos a cobra fumou.
No seu último ano no Exército, Benedido Moreira foi integrado ao primeiro escalão da FEB e juntamente com aproximadamente outros 5 mil homens sob o comando do general de divisão Mascarenhas de Morais passou por um intenso treinamento dado as tropas que deveriam compor a Força Expedicionária e embarcou no navio americano General Mann com destino ao porto de Nápoles no sul da Itália no dia 02 de julho de 1944. Tudo foi mantido no mais absoluto sigilo, pois se temia que submarinos alemães pudessem interceptar as comunicações e torpedear o navio. No dia 16 de julho de 1944, Benedido Moreira e toda a tripulação chegam em segurança no porto de Nápoles.
Dentre trantos problemas, fatos tristes e horríveis que marcaram sua experiência de combatente, Benedito Moreira recordava a morte de um amigo que estava ao seu lado quando foi atingido por uma granada na cabeça, tirando-lhe a vida, e ele, impedido de se mover pra não atrair a atenção dos alemães, viu o amigo morrer em seus braços, cena essa que ficou pra sempre gravada em sua memória.
Benedito Moreira mostrou sua bravura e tenacidade, nivelando-se aos mais corajosos e experientes soldados americanos. Não obstante as chuvas que não paravam de cair e o inverno rigoroso que enfrentavam, Benedito Moreira juntamente com todo efetivo avançaram em direção ao alvo proposto, participando da conquista pequenos pontos até a grande conquista do Monte Castelo e Castelnuovo, a noroeste do Monte Castelo.
No dia 3 de maio de 1945, as forças do Eixo na Itália renderam-se ao comando aliado. O General Mascarenhas de Morais dirige aos combatentes brasileiros a seguinte Ordem do Dia: "A ordem de cessar fogo acaba de ser dada a todas as tropas que combatem na Itália. Glória a Deus nas alturas e paz entre os homens de boa vontade na Terra". Assim findava a participação de Benedito Moreira no maior conflito da humanidade.
Após os desfechos da guerra em 8 de maio de 1945, o mundo respirou aliviado e esse jovem nativense, carregando consigo as marcas indeléveis da guerra, trouxe no peito o orgulho de um dever cumprido e a liberdade conquistada. Natividade da Serra e sua família estavam esperando por seu herói de braços abertos quando na manhã de 18 de julho de 1945 ele desembarcou no Rio de Janeiro.
Durante a sua vida viveu sempre em Natividade da Serra onde foi trabalhador braçal, faxineiro dos Correios e Carteiro.
Casou-se com 31 anos de idade, no dia 21 de janeiro de 1951 com Vicentina de Oliveira Santos com quem teve 11 filhos: Sebastião dos Santos, Maria de Oliveira Paulino, Ana de Oliveira Moreira Rezende, Isabel Moreira Lima, Tereza Aparecida Moreira Conceição, Antonia Goretti Moreira Rabelo da Silva, Vicente de Paulo Moreira, José Benedito Moreira, Terezinha de Fátima Moreira, Franciso Daniel Moreira e Joaquim Rafael Moreira.
Sua esposa o definia como um homem leal consigo mesmo e com os outros. Seus filhos o definiam como um ótimo pai. 
O ex-combatente da FEB, Benedito Moreira, veio a falecer com 81 anos, no dia 07 de janeiro de 2001. Foi sepuldado no Cemitério Municipal de Natividade da Serra, levando sobre o caixão a bandeira nacional brasileira e a boina usada por ele durante a guerra. Uma chuva fina veio pra despedir e render honras a um homem franzino, humilde mas que lutou com bravura em defesa da liberdade. 
Informações prestadas pelo seu filho José Benedito Moreira que lembra intensamente das palavras de seu pai quando pronunciava sua frase predileta: “A paciência é o caminho do céu”.


Soldado Benedito Moreira
Ex-combatente da Segunda Guerra Mundial
6º RI - Regimento de Infantaria - Regimento Ipiranga
Caçapava-SP
Natural de Natividade da Serra - SP
UNIDADE:
6º Regimento de Infantaria
POSTO OU GRADUAÇÃO:
Soldado
CONDECORAÇÕES:
Medalhas de Campanha
Matéria:
Natividade da Serra.com
Biografia escrita pela professora e pesquisadora Leninha Ribeiro

domingo, 10 de agosto de 2014

Pin antigo da Cobra Fumando

Pin de 1945 da F.E.B, fabricado pela antiga empresa Petraco Nicoli. pintado a mão.
(acervo O Resgate FEB)
(clique na foto para ampliar)

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Binóculo usado pelo Brasil na época da Segunda Guerra

Raro binóculo DFV fabricado para o Exercito Brasileiro de 1943 era cópia do M3 americano.
O binóculo da foto que é o mesmo modelo usado pela F.E.B na Segunda Guerra, pertenceu ao, na época, 1º Tenente Faustino Corrêa da Costa (10/05/1913 a 13/06/1980) que serviu na fronteira de Uruguaiana (RS) em 1944/45.

Binóculo pertence ao filho do Tenente Faustino Corrêa da Costa,  o amigo Carlos Westone Corrêa da Costa.


(clique na foto para ampliar)
DFV
Nascido em 1908, na cidade portuária de Santos (SP), Décio Fernandes de Vasconcellos tornou-se um marco na história do desenvolvimento de instrumentos ópticos de alta precisão no Brasil. Topógrafo por formação, autodidata em Física e Matemática, Décio Vasconcellos era um inventor nato.Durante os seus primeiros 10 anos dedicados, exclusivamente, à fabricação de instrumentos militares.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Cartão postal do front italiano

Dois cartões postais feito na Itália exclusivo para Força Expedicionária Brasileira e 5º Exercito americano.Um deles enviado da Itália como recordação do front italiano em 24 de dezembro de 1944 para o Brasil  pelo combatente Coelho aos seus amigos do Regimento Sampaio.
(acervo O Resgate FEB)
clique na foto para ampliar

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Distintivo antigo do Regimento Sampaio - F.E.B

Antigo distintivo da década de 60 do Regimento Sampaio.
(acervo O Resgate FEB)
Breve Histórico

O 1º Batalhão de Infantaria Motorizada (1º B I Mtz ), também conhecido como Regimento Sampaio, denominação essa recebida em 1940, é uma unidade do Exército Brasileiro, localizada, no estado do Rio de Janeiro e vinculada ao Grupamento 9º Infantaria Motorizada, sediado na mesma cidade. Seu nome histórico evoca ao Brigadeiro Antônio Sampaio, patrono da arma de infantaria no Brasil, pois o regimento fez parte da Divisão Encouraçada durante a Guerra da Tríplice Aliança, do qual Sampaio era comandante.
O Regimento Sampaio viria a participar dos combates da Segunda Guerra Mundial, entre 1944 a 1945, participando das batalhas de Monte Castelo e Fornovo di Taro.
Na Segunda Guerra Mundial, quando a Medalha Sangue do Brasil foi instituída para condecorar os feridos em ação, a saga de Sampaio também foi lembrada. Na comenda, três estrelas esmaltadas em vermelho representam os três ferimentos recebidos pelo brigadeiro durante a Batalha de Tuiuti.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Embalagem de cigarro alusiva ao Brasil na Segunda Guerra

Era comum as marcas de cigarros homenagear episódios históricos de grande repercussão e ídolos esportivos de grande destaque da época em suas embalagens.
Rara e antiga embalagem da marca SELECTA  alusiva a Segunda Guerra Mundial e mostra as bandeiras dos aliados Reino Unido, Estados Unidos e Brasil com o emblema do V da Vitória com a faixa  Unidos Vencerão. 
O número 44, possivelmente faz referência ao ano em que o Brasil entrou definitivamente na guerra com a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e Senta a Pua. A mesma adotou como lema "A Cobra está Fumando," bem sugestivo para um fabricante de cigarro.

(clique na foto para ampliar)
Pesquisa e foto:
Blog  Embalagens de cigarros antigas

sábado, 12 de julho de 2014

O "onze "ma Segunda Guerra Mundial - 11º Regimento de Infantaria

Raro e antigo distintivo de braço pós guerra da década de 50, bordado a mão do 11º Regimento de Infantaria de Montanha de São João del Rei.
(acervo o Resgate FEB)

(Clique na foto para ampliar)
Histórico
A unidade remonta a 1888, criada em Rio Pardo, na então Província do Rio Grande do Sul, como 28º Batalhão de Infantaria.
A época da Republica Velha, serviu na campanha dos Canudos, no sertão da Bahia, tendo sido transferida, ao retornar, para São João Del Rei em 1897.
Em 1909, passou a ser denominada como 51º Batalhão de Caçadores e, em 1920, recebendo o reforço do 54º Batalhão de Caçadores, se estruturou como 11º Regimento de Infantaria.
Do passado remoto e recente do 11º BI Mth tem episódios marcantes, entre os quais se destacam: Participação efetiva na Campanha de Canudos, na Guerra dos Contestados, nas Revoluções de 1924, 1930, 1932, Segunda Guerra Mundial e Golpe Militar de 1964.
Cabe ressaltar a sua recente participação em Missão de Paz da ONU, com uma expressiva representação de 147 militares, que integraram o Batalhão de Força de Paz em Angola, no período de fevereiro a agosto de 1996.Atualmente, o "Onze" é a referência do montanhismo militar no Exército Brasileiro única unidade a desenvolver as técnicas e as táticas do combate em terreno montanhoso.

O "onze"ma Segunda Guerra Mundial
Na Segunda Guerra Mundial o 11º RI com sede em São João Del-Rei, Minas Gerais, seu primeiro comandante do 11º RI foi o Coronel Ernesto Carlos Cezar.O 11º RI tem uma página brilhante na história do Brasil, por suas atuações destacadas na campanha na Itália. É tido como um dos mais disciplinados Corpos de todo o Exército e da fama de seu nome e tradição, resultou ter sido escolhido para lutar ao lado das nações amigas como Unidade Expedicionária.O General Delmiro Pereira de Andrade, então Coronel, comandou o 11º Regimento de Infantaria Expedicionário na Segunda Guerra Mundial, conduzindo heroicamente, de São João Del-Rei, desta tranquila terra mineira, até os campos da luta, na bela e sofrida Itália. Foi o organizador do Regimento, passando de acordo com as instruções recebidas, ao efetivo tipo americano.A participação do "ONZE" na Segunda Guerra Mundial foi, sem dúvida, o capítulo mais importante em sua rica história. Nos campos gelados da Itália, apesar de sua participação ativa em todas as campanhas da 1.ª Divisão de Infantaria Expedicionária – 1.ª DIE, da Força Expedicionária Brasileira, queremos destacar a conquista da localidade de MONTESE, situada em terreno montanhoso e fortemente defendida pelos alemães como último baluarte a barrar o avanço das tropas aliadas na direção do Vale do Pó. No dia 14 de abril de 1945, o Maciço de Montese transformou-se no palco da mais árdua e sangrenta batalha das armas brasileiras na Itália, no dizer do próprio Cmt da FEB, Marechal mascarenhas de Morais. Tendo o "ONZE" como esforço principal do ataque combatendo em densos campos de minas e sob o fogo cerrado das temíveis metralhadoras alemãs, o 11.º RI consagrou-se para sempre ao conquistar heroicamente Montese.A tenacidade, o ardor combativo e as qualidades morais e profissionais dos brasileiros foi demonstrando quando um pelotão do "ONZE" foi o primeiro a entrar na cidade de Montese, avançando com raro espírito ofensivo, infiltrou-se nas linhas inimigas, penetrando no objetivo, sob os fogos da Infantaria e Artilharia do Inimigo, transpondo caminhos desenfiados, neutralizando campos minados, assegurando, posteriormente, para a Divisão Brasileira, a posse definitiva dessa importante posição alemã dentro do contexto da guerra. Neste combate houve uma homenagem prestada pelos alemães a três soldados do "ONZE", em missão de patrulha, quando se depararam com uma Companhia do Exército Alemão, com cerca de 100 homens, e receberam ordem para se renderem. Aqueles pracinhas atiraram-se ao chão e abriram fogo contra os inimigos, até acabar a munição. Não satisfeitos, armaram suas baionetas e avançaram contra o inimigo, sendo obviamente, mortos por eles. Como reconhecimento à bravura e à coragem daqueles soldados, os alemães os enterraram em covas rasas e, junto às sepulturas, colocaram uma tosca cruz com a inscrição"DREI BRASILIANISCHEN HELDEN"(Três Heróis Brasileiros). Desconhece-se homenagem como esta, feita pelo alemão ao inimigo. Em homenagem a eles: ARLINDO LÚCIO DA SILVA, GERALDO BAETA DA CRUZ E GERALDO RODRIGUES DE SOUZA, existe no pátio de formatura do Batalhão um monumento que os reverencia. Combatendo ao lado da 10º Divisão de Montanha americana, iniciava ali, em pleno fragor do combate, a estreitar os primeiros laços com a atividade de montanhismo.
Foto tirada após a conquista de Montese – Soldados do 11ºRI
Elogio do Gen Crittenberger – Cmt do IV Corpo de Exército após a Batalha de Montese:
“Na jornada de ontem, só os brasileiros mereceram as minhas irrestritas congratulações; com o brilho de seu feito e seu espírito ofensivo, a Divisão Brasileira está em condições de ensinar às outras como se conquista uma cidade”.
 General Delmiro Pereira de Andrade
Pesquisa:
Portal FEB/Série Heróis Esquecidos
wikipédia
Brasil em Defesa -Tudo pelo Brasil.
Site ANVFEB.

domingo, 6 de julho de 2014

Pin da Vitória - F.E.B e Senta a Pua.

Antigo pin da Vitória usado logo após o termino da guerra pelos ex combatentes da FEB e Senta a  Pua.Feito de metal e esmaltado.
(acervo O Resgate FEB)
(clique na foto para ampliar)

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Homenagens de times de futebol a F.E.B

Uma interessante pesquisa sobre times de futebol espalhados pelo Brasil onde a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial foi o motivo de sua fundação onde seus fundadores e atletas fizeram parte da Força Expedicionária Brasileira.
Quem souber de times que foram fundados em homenagens a FEB por gentileza comunicar.
obrigado
Grêmio Sargento Expedicionário Geraldo Santana - Porto Alegre - RS
Origem
A origem, o ponto de partida do Grêmio Sargento Expedicionário Geraldo Santana remonta, pode-se dizer, a algum tempo antes de sua fundação. Segundo relato do tenente Orestes Garcia Antonelli, funcionava em Porto Alegre, na década de 40, o Centro de Instrução de Transmissões Regional, o CITR,
Era o início, embora não-oficial, de um grêmio esportivo que tinha por finalidade reunir os radiotelegrafistas do Exército, sediados em Porto Alegre, bem como cabos e sargentos que integravam os cursos B1 e B2 do CITR.
Mais tarde, em 12 de fevereiro de 1947, reunidos em Assembléia Geral numa sala cedida pela chefia, alguns desses militares que serviam no Serviço de Transmissões Regional/3, hoje extinto, fundariam a agremiação denominada Grêmio Esportivo S. T. R. que viria, posteriormente, a se constituir na sólida organização que é hoje o Grêmio Sargento Expedicionário Geraldo Santana. 
O Patrono
Geraldo Sant'Ana nasceu em Piranga, no estado de Minas Gerais, no dia 16 de agosto de 1918. Era filho de Jeremias Valeriano Sant' Ana e de Maria Braz Sant'Ana.
Não há registro oficial a respeito de sua incorporação ao Exército Brasileiro. Na graduação de cabo e servindo no 10° Batalhão de Caçadores
14 de setembro de 1943, foi incluído no Quadro de Radiotelegrafistas do Exército - QRE, sendo classificado na Escola de Transmissões do Exército, onde já se encontrava. Foi designado como monitor da referida Escola.
Em 16 de março de 1944, aos 25 anos de idade, casou-se com Eliza Cruz
artilharia inimiga encerrar para sempre a carreira do seu pai. O sargento Geraldo Sant'Ana morreu à zero hora do dia 2 de março de 1945, quando exercia suas funções de radiotelegrafista no Quartel General Avançado da 1ª DIE, vítima do desabamento do prédio onde se encontrava e que foi atingido pelas bombas inimigas.
Morreu em Porreta Terme, nas operações de guerra do vale do Rio Reno, na Itália, no cumprimento do dever, conforme comunicação oficial enviada à sua esposa pelo General João Batista Mascarenhas de Morais, Comandante do 1° Escalão da FEB e da lª Divisão de Infantaria Expedicionária. Foi o primeiro radiotelegrafista brasileiro a tombar nos campos de batalha italianos. Foi sepultado no Cemitério Militar Brasileiro em Pistóia, na Itália, na Quadra "A", fileira n° 2, sepultura n° 142, Lenho Provisório.
No Brasil e depositados no Mausoléu do Monumento aos Mortos da Segunda Guerra, no aterro da Glória, no Rio de Janeiro. Ã Geraldo Sant'Ana coube o jazigo n° 39, na Quadra "L".
Geraldo Sant'Ana recebeu as seguintes condecorações, todas "post-mortem" :
MEDALHA DE GUERRA: Por ter cooperado no esforço de guerra do Brasil.
MEDALHA DE CAMPANHA: Por ter, como integrante da Força Expedicionária Brasileira, participado de operações de guerra na Itália.
CRUZ DE COMBATE: Em razão de sua morte durante ação de feito excepcional na Campanha da Itália.
MEDALHA SANGUE DO BRASIL: Por ter sido ferido e morto, na localidade de Porreta-Terme, na Itália, no dia 2 de março de 1945.
Pesquisa: "Geraldo Santana - Sua história e sua gente" Eni Melero e José Melero
Clube Atlético Montese - São Miguel D`Oeste-SC

Criado em 1953, o nome Clube Atlético Montese foi em homenagem aos expedicionários brasileiros, pelos feitos em campo de batalha na Europa, durante a Segunda Grande Guerra.
Repare a cobra enrolada na letra A
Pesquisa : História do Futebol- Final
Senta a Pua Futebol Clube - Castelo - ES
O Senta a Pua Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Castelo, no Espírito Santo.Não tenho outras informações sobre o time capixaba.
Pesquisa:História do Futebol-Final.
 Expedicionário Futebol Clube - Minas Gerais
Terminada a II Guerra Mundial, o Antônio Argamim de Freitas(Totonho do Sobico), que fora sargento na guerra, funda, em maio de 1946, o Expedicionário Futebol Clube (“Expedicionário”, assim mesmo, no singular), cujo escudo era uma “cobra fumando”, emblema da Força Expedicionária Brasileira (FEB).
O primeiro jogo do Expedicionário foi contra um time de São João del-Rei, tendo o Expedicionário vencido por 6x1. A formação do Expedicionário nessa partida foi a seguinte: Geraldo Jaguaré, Ari Freitas e Basílio (trio final); Zé Tiana, Totonho do Sobico e Geraldinho Jacaré (trio médio) e no ataque, Geraldo Chaves, Zé Campos, Godô do Elizeu, Zé Antônio Rocha Coelho e Aderson (o “São” do Chico Canela).Em seus primeiros anos de vida o Expedicionário nunca teve uma diretoria, pelo menos até a transferência para Belo Horizonte do Totonho do Sobico, nosso querido Antônio Argamim de Freitas, seu fundador e líder.Ativo ate hoje.
Pesquisa:Jornal das Lajes.
Montese (futsal) - Santa Rosa-RS
O excelente desempenho dos pracinhas da FEB na tomada de Montese na Itália, deu nome ao clube dos sargentos de Santa Rosa.Penso ter sido no 1º Regimento de Cavalaria Motorizado, numa quadra improvisada, de terra, revestida de cascalho, que era varrido para os jogos, aconteceram as primeiras partidas de futebol de salão na nossa terra.
Montese  - Luiz Augusto Pereira – Presidente, Airton, Saul Liberalli,
Juarez, Soares, Orlando e  Alberto Volkmar Christensen (Técnico). Cleo Palmeira, Pydd, Romalino e Júlio.
Pesquisa: blog Juventus Atlético Clube
Clube Atlético Expedicionarios - Franco da Rocha - SP
Fundado em 24 de julho de 1942
O escudo com A Cobra Fumando da FEB
Pesquisa:História do Futebol
Grêmio Desportivo dos Combatentes - Belém - PA
Nome anterior:Ex Combatentes
História:
Foi fundado em 24 de fevereiro de 1959 e sucedeu a Associação dos Ex Combatentes do Brasil (fundada em 1951), o Combatentes disputou o campeonato Paraense de Futebol Profissional a partir de 1951 até a temporada de 1973,Em 1988 encerrou o campeonato em terceiro lugar,Tudo indica continua ativo.Tem o apelido de Carcará e tinha o nome anterior de EX COMBATENTES.
Pesquisa:blog Futebol Nacional
Associação dos Ex-Combatentes do Brasil


Em 1945, após a 2a Guerra Mundial, os nossos soldados-heróis da FEB / Força Expedicionária Brasileira, que retornaram vitoriosos a nossa Pátria, em torno de 25 mil soldados sobreviventes, sentiram a necessidade de unirem forças e se organizarem para amparar e representar perante o governo e a sociedade, e assim fundaram a Associação dos Ex-Combatentes do Brasil, com secções estaduais, sendo seus sócios oriundos do Exercito, Marinha e Aeronáutica.
Na Secção do Pará, “Os Pracinhas” organizaram um time de futebol profissional competitivo, que disputou o campeonato paraense da 1a divisão de 1951 a 1958, como o nome da própria Associação dos Ex-Combatentes do Brasil.

Contribuição: César Ataíde Figueira Torres.
Time de futebol dos Veteranos – Bairro Caiçara (Belo Horizonte)
"Ainda pesquisando"
Matéria O Resgate FEB

quarta-feira, 2 de julho de 2014

A "Copa do Mundo" e a Segunda Guerra

"As circunstâncias da guerra colocaram as preocupações com o futebol em segundo plano na América do Sul. A participação, ainda que indireta, dos países do continente no conflito que se desenvolvia do outro lado do Atlântico levou a Conmebol a suspender as competições anuais. Com isso, ao longo de 1943 e 1944 tanto argentinos como brasileiros somente puderam desfrutar do futebol no âmbito local, com seus respectivos campeonatos regionais. Na verdade, a Seleção Brasileira chegou a disputar duas partidas amistosas em 1944, ambas contra o Uruguai, no Rio de Janeiro. A CBD (Confederação Brasileira de Deporto) resolvera homenagear a Força Expedicionária Brasileira, que iria combater na Itália, e que teria em suas fileiras os jogadores Perácio do Flamengo, Bidon, do Madureira, China do Figueirense, de Florianópolis, Juvêncio, do Força e Luz de Porto Alegre e os atletas do Botafogo Geninho, Valter, Mato Grosso e Dunga. Foram duas vitórias brasileiras (6 a 1 e 4 a 0), sendo que o segundo jogo foi marcado por muita violência em campo".(Luiz)
Guerra e futebol
    A guerra bateu no esporte brasileiro com uma vara controladora e disciplinadora. Aqueles clubes efusivamente criados nas décadas anteriores por imigrantes e seus descendentes, dentro de estruturas elitistas ou operárias e que mantinham um caráter fortemente étnico, foram atingidos de várias maneiras em todo o território nacional.
    A desconfiança dos governantes nacionais com os novos cidadãos, em sua maioria, imigrantes italianos e alemães e seus descendentes, levou a uma ação de controle do Estado em várias esferas, e a esportiva não ficaria de fora disso. Assim, a partir de 1941, especialmente após a entrada do Brasil na Guerra, o Conselho Nacional de Desportos (CND) baixou uma série de regulamentações para o esporte, afinando-o a um projeto nacionalista do regime do Estado Novo (1937-1945).
    Assim sendo, os clubes de futebol foram obrigados a expulsar dirigentes e associados estrangeiros, principalmente os ligados aos países do Eixo, ou seja, Japão, Itália e Alemanha.
    Alguns casos clássicos da história futebolística brasileira atingida pela política do Estado Novo foram o Palestra Itália em São Paulo (Palmeiras) e Belo Horizonte (Cruzeiro), o próprio Corinthians Paulista, alguns clubes no Paraná (Novo Hamburgo).
Uma ‘Copa’ durante a Guerra
O historiador Luciano Dias Pires relembra que, em 1939, ainda durante a Segunda Grande Guerra, a imprensa brasileira noticiava que a Fifa iria enviar ao Brasil uma comitiva para avaliar as possibilidades do país sediar a Copa programada para 1942, pois acreditava-se que o conflito mundial não se estenderia como ocorreu até 1945. A entidade máxima do futebol suspendeu a visita ao Brasil e, como se sabe, o mundo ficou sem os Mundiais de 1942 e 1946.
No início de 1945, os exércitos dos Aliados dispersavam o que restou das forças militares do ditador alemão Adolf Hitler. Os generais norte-americanos, ingleses, russos, franceses e de outros exércitos, para o entreterimento dos soldados, resolveram realizar uma pequena “Copa do Mundo”, formando selecionados com os soldados de diferentes exércitos.
Pires explica que o torneio foi vencido pelo 5º Exército Americano reforçado por quatros militares brasileiros, integrantes da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e jogadores profissionais no Brasil. O lateral do São Cristóvão, Bidon, o meia Perácio, da Seleção Brasileira de 1938, o ponta esquerda do Corinthians, Walter e um goleiro que ficou na reserva (seu nome é desconhecido). Assim, em plena Segunda Grande Guerra, uma espécie de Copa do Mundo aconteceu e quatro soldados brasileiros colaboraram pela conquista do título.
A F.E.B e o 5º exercito americanos juntos no Futebol
A seleção do 5º Exercito americano com jogadores FEB na Itália.
"Este foi o que mais me chamou a atenção. Na fase final do combate, entre o fim de 1944 e o início de 1945, quando a guerra estava praticamente definida e já não havia tantas batalhas com as quais se preocupar, os comandos dos exércitos Aliados (Estados Unidos, Reino Unido e União Soviética), que lutavam contra a Alemanha nazista, se juntaram para bater bola, organizando um campeonato entre os países do grupo. A Força Expedicionária Brasileira (FEB), integrante do 5º Exército Americano, não ficou de fora, cedendo soldados jogadores ao time.
Destacou-se o lateral Bidon, que tinha sido titular do São Cristóvão, time carioca da Primeira Divisão, que disputava na época o título com os grandes Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo. Foi também convocado o meia-esquerda Perácio, um dos maiores ídolos da história do Botafogo (RJ), que havia sido titular da Seleção Brasileira na Copa de 1938, na França. Walter, ponta-esquerda da categoria de base do Corinthians, também teve a chance de participar do campeonato. Há registros de que o goleiro reserva do time também tinha sangue brasileiro. O time do 5ª Exército Americano reforçado foi o campeão."(Marcelo Duarte)
JOGO HISTÓRICO – FORÇA EXPEDIONÁRIA BRASILEIRA  X COMANDO BRITÂNICO
Após o término da Segunda Guerra Mundial, foi organizada uma partida amistosa entre o Força Expedicionária Brasileira e uma equipe formada pelo Comando Britânico da cidade de Florença. O grande nome da partida foi Bidon, antigo defensor do Madureira.
 Dados desta partida:
FORÇA EXPEDIONÁRIA BRASILEIRA 6 a 2 COMANDO BRITÃNICO
Data: 01 de abril de 1945
Local: Florença – Itália
Gols: Bidon (4), Perácio, Valter Guimarães / Williams (2)
Força Expedicionária Brasileira: Bráulio de Almeida; Emertio e Dunga; Labatut, Juvencio e Angelo Pesqueira; Valter Guimarães, Geninho, Bidon, Perácio e Walter Fazzoni.
Comando Britânico: não disponível
O Escrete da FEB
"Pelo menos estava bem acompanhado, num navio recheado de craques" – Léo Christiano.
E com tantas feras reunidas, lógico, rolou pelada! Eram vários profissionais, o meia Geninho e o zagueiro Walter Fazzoni, ambos do Botafogo, o goleiro Bráulio, do Atlético (MG), Bidon, centroavante do Madureira, Careca do Fluminense, e Alvanilo, da Ponte Preta, além dos amadores Dunga e Mato Grosso, do Botafogo, Labatut, do Olaria, Juvencio, do Cocotá, Walter, do Ideal, Timbira, do Bonsucesso, Pasquera, do Parque da Mooca, D´Avila e Soares. Juntos, formaram o imbatível time da Quinta Artilharia, sempre mesclado com um francês e quatro americanos, do exército aliado. Juntos, participaram de várias peladas e do Campeonato do Mediterrâneo. Esses jogos tinham grande destaque no jornal
E a penúltima edição do Cruzeiro do Sul foi histórica! Além de noticiar as mortes de Adolf Hitler e Benito Mussolini, também destacou o jogo de Perácio & Cia contra o combinado inglês, RAF (Real Força Aérea) e Marinha. O primeiro tempo terminou 1 x 1, gol de Geninho, mas no segundo Perácio guardou dois e Bidon e Walter fecharam o placar em 5 x 3. Perácio não pode comemorar no Café Nice e na Assirio, como fazia após os títulos do Mengão.
Esse jogo foi praticamente uma comemoração pelo fim da guerra.

Pesquisa:
blog do curioso (Marcelo Duarte)
O Futebol e a Segunda Guerra Mundial(Luciano Dias Pires)
Blog do Rodrigo, .com (O esporte catarinense em destaque)
O Globo - A Pelada como ela é.
Jornal A Tribuna de Santos/SP
site do Sport Club Novo Hamburgo (Paraná)
Matéria :O Resgate FEB