domingo, 12 de abril de 2020

FRIDOLINO IRINEU KRETZER, UM HERÓI INDAIALENSE

“Se me perguntarem o que eu fiz na guerra, direi que me deram uma função até perigosa, ou seja, de “estafeta” que nada mais era de correr pra lá e pra cá, a fim de selecionar, levar ou buscar todo tipo de documentos ou correspondências entre Quartéis Generais dos aliados no norte de Itália. Me deram um Jeep Willys, uma pistola e um motorista ajudante, ocasiões muitas em que revezávamos no volante. O comando sempre nos alertava que se bobeássemos, a gente, além de ficar sem a cabeça por ser cortada pelos arames que os inimigos, tanto fascistas ou nazistas armavam cruzados nas estradas e também tirariam nossa farda para usá-las nas sabotagens. O outro perigo eram as minas que poderiam estar espalhadas pelos caminhos.  Havia outros riscos como em cada curva poderia vir uma bala pois nos avistávamos com facilidade. Outro problema era o frio do qual a gente nunca sentiu coisa assim. Numa missão, fui até ao Quartel do 8° Exército inglês  e lá pernoitei. E ao amanhecer, o céu escureceu de tantos aviões do tipo Superfortres Boeing B-17, uns trezentos por ai que passaram baixinho sobre esse acampamento, ocasião em que mostrei ao meu ajudante as bombas aparecendo nas baias dos ditos. O que mordia nosso coração era ver a miséria e a fome que os italianos passavam. No dia da rendição, me impressionava  ver alguns dos prisioneiros tristes pois diziam que não sabiam mais de seus parentes e que nós brasileiros tínhamos sorte de poder voltar para casa. Outros estavam felizes e até diziam que foi melhor se render aos Pracinhas pois já sabíamos que eram gente bondosa e não os judiariam. Fato marcante comigo aconteceu no dia da rendição, pois servi de intérprete ao Comando Brasileiro para dar a versão do General Otto Fretter-Pico, da 148ª Divisão de Infantaria alemã. O tal era carrancudo e de poucas palavras. Para mim a guerra jamais deveria existir pois a brutalidade e a desgraça que presenciei, em todos os sentidos, só sente quem nessa participou. Tenho 6 filhos, dentre eles uma moça. Os moços, me orgulho disso, todos serviram o Exército Brasileiro.“Que a juventude brasileira proclame sempre a Paz. Por fim, desejo que nunca alguém se atreva em apagar a memória dos Heróis da FEB nesse país pois nós não merecemos isso”.



Fonte desconhecida.

Um comentário:

  1. O comentário a respeito do Ex-combatente Fridolino Irineu Kretzer, que é meu pai, fui eu que registrei. Obrigado. Ivo Kretzer -ANVFEB Jaraguá do Sul-SC

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