segunda-feira, 27 de março de 2017

Halazone, purificador de água no front

Halazone era um artigo médico muito importante da provisão durante a Segunda Guerra Mundial, de fabricação americana. Ele transmitia um sabor forte e cheiro de cloro para a água.Halazone foi desenvolvido no início do século 20, e foi utilizado durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1940, Halazone comprimidos estavam disponíveis para o tratamento eficaz da água. Durante a Segunda Guerra o Halazone foi fornecido individualmente para o soldado em pequenas garrafas de vidro castanho, embaladas com as rações k e C.
Foi entregue também a FEB.
(acervo O Resgate FEB)


Amostras de Halazone no museu ANVFEB  seção BH
(clique na foto para ampliar)

domingo, 19 de março de 2017

Euphosino de Almeida – Herói Brasileiro

Aos 21 anos de idade, foi sorteado para servir o Exército Brasileiro. Pouco tempos depois estaria cruzando o Atlântico para enfrentar as forças alemãs em combates na Itália
Euphosino de Almeida herói brasileiro, negro, patriota, idealista e religioso.
Nascido em Birigui-SP, de família humilde, trabalhou em lavouras de café até os 20 anos, quando juntamente com sua família foram ser colonos de 8.500 pés de cafés.
Sua vida começava a mudar. E um ano depois, aos 21 anos de idade, for sorteado para servir o Exército Brasileiro, sendo designado para 18° Batalhão de caçadores, sediado em Campo Grande-MS
Nesta época, o mundo enfrentava a 2° Guerra Mundial, em outubro de 1942. A unidade em que estava para ficar ao lado das nações aliadas, mas Euphosino só embarcou para a Europa depois de terminada as competições internas de atletismo no exército. Isto porque, ele tinha uma condição física excepcional e se destacava nas competições de 1.500 e 5 mil metros, além de salto em altura e salto em extensão.
Com apenas um dia na Itália, entrou em combate com a aviação alemã. Na frente de combate participou da batalha de Montese. Com o fim da guerra, em 8 de maio de 1945, após os alemães se renderem, Euphosino permaneceu na Itália exercendo a missão de ocupação de território, até que os acordos militares tivessem assinados.
Ao retornar para o Brasil, ele recebeu a medalha e o diploma de campanha, assinado pelo Sr. General Canrobert da Costa, ministro da guerra à época. Licenciou do Exército em 1946, por decreto do Presidente da República, Eurico Gaspar Dutra.
No Mesmo ano, já em Bilac-SP com sua família, casou-se com Manoela Rocha de Almeida, mudando em seguida para a fazenda Santa Rita no distrito de Nova Independência, município de Andradina. Logo depois, juntamente com seu pai e irmãos foram trabalhar com colonos, por dois anos, na fazenda São José, de propriedade do Sr. Antônio Joaquim de Moura Andrade, cuidando de 11 mil pés de cafe.
Já no inicio dos anos 50, o lavrador se transforma em operário urbano, deixando de ser colono em fazendas de café para se tornar saqueiro nas grandes beneficiadores de produtos agrícolas em Andradina-SP.
Já na cidade , Euphosino se dedicou ao espiritismo, se tornando um conhecido e importante líder espiritual, tendo uma participação importante nas atividades culturais da cidade. Por mais de 50 anos presidiu a Romaria de Reis “Unidos de Belém”, fundador do Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Unidos da Baixada que, por mais de 20 anos encontrava-se sem atividades . O Grêmio foi reativado no ano de 2012. Inaugurou a Tenda de Umbanda São Benedito, onde desenvolveu e trabalhou com médium.

Euphosino se aposentou como 2° Tenente do Exército Brasileiro. Manoela lhe deu sete filhos: Maria Benedita de Almeida Germiniano, Antônio Euphosino de Almeida, Sebastiana de Almeida Martins, Ademir de Almeida, Maria de Lourdes Almeida dos Santos, Maria de Fátima de Almeida Marçal e Manoel Messias de Almeida
Foi abençoado pelo Papa no Vaticano, e é freqüentemente reverenciado e homenageado pela sociedade andradinense. Enfim. Euphosino de Almeida é a cara do povo brasileiro
.

Diário da Segunda Guerra Mundial por Euphosino de Almeida.
“Saudades dos bambinos , quer dizer das crianças da Itália.”
Lembranças e recordações das montanhas da Itália, dos Bosques e das florestas.
Recordações das cidades da tália.
Nós, soldados brasileiros, quando participamos da II Grande Guerra Mundial, passamos pelas seguintes cidades: Nápoles, e Pompéia, que naquela época tinham 5.500 anos, passamos também em Monte Casino, Roma, Livorno, Pizza, Lucca e Pistóia, cidade onde fica o cemitério em que foram enterrados os soldados brasileiros mortos em combate. Passamos também por Florença, Estáfules, Galeno,Torino, Gênova, Milão, Laspezia, cidade de Pádua, Bolonha e Veneza, cidade que tem uma parte dentro  da agua.
Nós, os soldados brasileiros , quando não estávamos no ”front”,tivemos o grande prazer com muito orgulho e respeito, em repartirmos a nossa refeição, o nosso almoço com as crianças da tália.
Na hora que nós íamos almoçar apareciam cerca de 100 a 150 crianças pedindo comida , eles diziam..
“Brasiliano, da mandiare pra bambino, cigarete pra papa e caramelo pra mama.”

Nós, soldados brasileiros tivemos o grande prazer de partir. Eles almoçavam conosco, depois enchíamos um caldeirão de comida que eles levavam para o papai e a mamãe.
Nós, soldados brasileiros, no Vaticano em Roma, fomos homenageados e abençoados pelo Papa.
O Papa falou assim:
“Onde tem soldado brasileiro, as crianças não passam fome.”

Eu já tinha dito anteriormente da cidade de Pompéia: Pompéia antiga foi destruída pelo vulcão Vesúvio . A cidade de Pompéia fica retirada 45km de Nápoles. O povo de Pompéia antiga era um povo muito perverso. Existe a Pompéia antiga e a Pompéia nova que está habitada.
Esta é a história de um soldado brasileiro na II Grande Guerra. A guerra não é vantagem nenhuma. É o maior sofrimento, o maior sacrifício para o homem, para todos os seres humanos e viventes.
Euphosino de Almeida.
II Tenente da Força Expedicionária Brasileira

Créditos ao neto Samora Machel Messias Almeida 

PORTAL FEB

terça-feira, 14 de março de 2017

quarta-feira, 8 de março de 2017

Herói de Monte Castelo morreu tuberculoso e na miséria.


Manoel Ribeiro, veterano da FEB,  era morador da Rua São Clemente no Botafogo, Rio de Janeiro.
Embarcou em 20 de agosto de 1944 com a FEB  para lutar na Segunda Guerra Mundial.
Desembarcou no Rio de Janeiro em 10 de julho de 1945 para o esquecimento e abandono do estado que o enviou para a guerra.
Reportagem de David Nasser  da revista O Cruzeiro de 19 de abril de 1947.
Foi assim que aconteceu.....
"A recepção foi eufórica, fazendo dos veteranos da FEB pessoas muito prestigiadas. Contudo, essa euforia durou pouco, e aos ex-combatentes restou uma rotina penosa de readaptação à realidade da vida civil, nem sempre possível para muitos. Traumas psicológicos de todo tipo e a rotina da luta pela sobrevivência no mercado de trabalho dificultaram o retorno de milhares de brasileiros que estiveram nos campos de batalha à vida normal. As primeiras leis de amparo aos ex-combatentes só foram aprovadas em 1947. Além disso, na ânsia de se livrarem da FEB, tida como politicamente não-confiável pelo presidente Vargas, os pracinhas foram rapidamente desmobilizados sem que tivessem se submetido a exames médicos, que mais tarde seriam fundamentais para que obtivessem pensões e auxílios no caso de doenças ou ferimentos adquiridos no front. Para provar incapacidade decorrente do serviço na linha de frente e, assim, receber as pensões, os pracinhas tiveram de se submeter a todo tipo de vexames e sacrifícios, os quais seriam dispensáveis se sua desmobilização tivesse ocorrido de forma racional e planejada. Ao longo do tempo, várias leis de apoio aos ex-combatentes foram sendo promulgadas, até chegarmos à famigerada Lei da Praia, criada nos anos 60."
"O Exército fez o possível para marginalizar e desconsiderar quem esteve na linha de frente. Havia enorme preconceito e inveja daqueles que estiveram com a FEB e que, com seu sacrifício e dedicação, conquistaram numerosas glórias militares. Também o “varguismo” fez o possível para erradicar a FEB e suas memórias, justamente por causa do papel que seus membros exerceram na luta contra o nazi-fascismo. Toda experiência 
militar adquirida na luta contra o Eixo foi desprezada, esquecida e inutilizada, contrariando até mesmo o conselho dos EUA de que se visse a FEB como núcleo de um esforço de renovação e modernização de nosso Exército".
 Fotos do jornal: ANVFEB- BH.

terça-feira, 7 de março de 2017

Seria este um soldado brasileiro?

Com o passar dos anos e a reprodução constante em livros e na internet é comum que uma imagem se desvincule de seu contexto. Esta famosa fotografia tem sido identificada como uma cena da rendição de Fornovo - o que é inquestionável. Dúvidas permanecem quanto à nacionalidade do homem que guarda os prisioneiros alemães. Nenhum veterano brasileiro jamais se apresentou como o combatente armado com um fuzil Browning visto na imagem.
A identificação de companheiros em fotos famosas era muito comum no ambiente dos veteranos. Ao longo do tempo, as pessoas que apareciam nas fotos mais conhecidas tinham seus nomes revelados.
Isto nunca aconteceu com o fuzileiro-atirador da célebre foto da rendição de Fornovo.
Atenção mais precisa à foto revela o uso de um field jacket modelo 1943, um tipo de vestimenta que o 5.o Exército Americano não forneceu aos brasileiros (alguns brasileiros obtiveram esta jaqueta, porém, ela é quase invariavelmente vista em pouquíssimos oficiais e alguns homens dos escalões de retaguarda). A M43 não era algo que se visse sendo utilizado pela Infantaria Expedicionária. Você duvida? Então ache este modelo de field jacket em outras fotos de infantes brasileiros.
Uma listagem da Intendência brasileira informa que cerca de dez mil jaquetas americanas foram fornecidas à FEB - todas do modelo "winter combat" ou os "old style field jackets".
O que mais pode ser visto na foto? A ausência do bipé do fuzil BAR. A prática de retirar o bipé desta arma era bastante disseminada entre os americanos, enquanto as fotos da FEB em que os BAR aparecem quase sempre mostram este suporte. Há elementos da imagem que são suficientes para levantar esta dúvida, mas toda boa crítica iconográfica não pode prescindir da conciliação de informações que o documento visual não revela. Isto é o que no jargão dos historiadores se chama de "crítica externa" de um registro.
O relatório sobre a entrega dos prisioneiros elaborado pela primeira seção do Estado-Maior da Divisão de Infantaria Expedicionária é um suporte importante para a elucidação das questões pendentes sobre esta famosa imagem.
Os prisioneiros alemães já aparecem desarmados e aguardando transporte para a retaguarda. O texto elaborado pelo EM brasileiro esclarece muito sobre a cena em questão: depois da deposição das armas e a condução em colunas de cem homens sob guarda brasileira, os prisioneiros alemães foram entregues ao 5.o Exército Americano, ali representado por unidades do Quartermaster Corps do Exército Americano. A fotografia registrou justamente este momento: os alemães já em mãos do Exército Americano, depois de desarmados e conduzidos pela tropa brasileira aos bivaques, de onde o 5.o Exército os transportaria para um campo permanente de prisioneiros de guerra situado em Modena.
Salva a ínfima possibilidade de um brasileiro fardado com uma M43 ter se colocado perante a câmera do fotógrafo, todas as circunstâncias presentes na imagem conjugadas ao suporte documental disponível, somadas ainda às informações sobre os elementos materiais visíveis, o que temos aqui é de fato um soldado americano, que por anos foi confundido com um combatente da FEB!


Matéria :César Campiani Maximiano
Foto: BARBUDOS, SUJOS E FATIGADOS.

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quarta-feira, 1 de março de 2017

Fotos raras do desfile no Rio da FEB

Fotos raras do desfile de chegada do segundo e terceiro escalão da FEB no Rio de Janeiro em 1945.
O Arco do Triunfo era na Av Rio Branco e provisório.
(acervo o Resgate FEB)
(clique na foto para ampliar)