quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Anos de Formação 1938-1948. Celso Furtado

A capa do livro Anos de Formação 
As referências do livro são:
Anos de Formação 1938-1948. O Jornalismo, o serviço público, a guerra, o doutorado de Celso Furtado. Org: Rosa Freire d’Aguiar. RJ, Contraponto/Centro Celso Furtado, 2014. 403 p.  ISBN: 978-85-7866-103-8
Na parte Segunda Guerra incluí:
Notas de um Diário; Correspondência (enviada da Itália para família e alguns amigos próximos); textos dele sobre: Na Vila Militar, A Apresentação; A Chegada a Nápoles; O tenente na Paraíba.
No texto de  introdutório de Rosa Freire d’Aguiar, também chamado “Anos de Formação”, faz referências mais longas à ida para a guerra, à permanência por lá, a como a experiência o marcou etc.
 Foto de Celso Furtado a esquerda na Riviera Italiana em 1945 durante a Segunda Guerra.
(Foto apenas para uso do blog O Resgate FEB)
Agradeço a Rosa Freire d’Aguiar pela gentileza em enviar a matéria e a honra de divulgar uma parte importante da nossa história.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Sentimento de Impotência:Não podíamos fazer nada.

Relato do Veterano Joaquim F. Amaro. (in memoriam)
Chefe de uma equipe de Padioleiros, lembro-me da noite em que fomos acordados para seguirmos para a frente de combate, ajudar na tomada de Montese. Chegamos de madrugada. Porém depois de algum tempo, fomos informados pelo guia que estávamos perdidos. Ficamos entre dois morros, onde, a todo momento, nossos corpos eram atingidos por estilhaços de granada, que caiam já sem força para nos ferir. Pela manhã, ainda escuro, procuramos um atalho. A estrada de acesso a Montese, dividia um lindo campo de trigo. Começávamos, então, a ver e a sentir de perto o horror da guerra. Os primeiros infantes que avançaram em direção ao trigal, foram sendo dizimados pelas minas lançadas no terreno. Não esqueço os pedidos de socorro daqueles companheiros, mas não podíamos fazer nada, se fossemos tentar retirá-los dali, havia o perigo de ficar mais quatro padioleiros, isto não esqueço, da impotência e de nada podermos fazer para ajudar um companheiro que praticamente estava morrendo.

Fonte: O Veterano – Ano 1 – Nº2 – Informativo da ANVFEB – Seção Regional de São Bernardo do Campo
Ecos da Segunda Guerra

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Bornal de padioleiro da F.E.B

Raro bornal de padioleiro da FEB entregue na Itália pelos americanos.Primeiros socorros são procedimentos de emergência que devem ser aplicados a um soldado ferido, até chegar um atendimento médico especializado.Mela continha tudo para um atendimento emergencial no campo de batalha.Montei com o que tenho para dar uma noção de como eram equipadas as sacolas; dentre muitos itens por eles utilizados como ataduras, curativos, morfina, tesoura, pinça, soro e gazes. A braçadeira de padioleiro e a mesma usado por eles na Segunda Guerra.
(acervo O Resgate FEB)
Padioleiro
"O soldados a serviço da saúde estão entre os menos lembrados. Para os expedicionários eles nunca serão esquecidos.Eram soldados que combatiam sem armas, e que tinham a missão de resgatar, atender, transportar feridos para a segurança da retaguarda e muitas vezes sob fogo inimigo. Os padioleiros atendiam  feridos brasileiros, americanos , civis italianos e ate mesmo soldados alemães.Padioleiros é aquele que no campo de batalha procura cuidar dos feridos.A FEB perdeu oito padioleiros mortos na Segunda Guerra"
Padioleiros da F.E.B, repare o bornal de primeiros socorros


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Benedito Moreira - Herói da Segunda Guerra Mundial

Benedito Moreira ( * 01/08/1920 | + 07/01/2001 ) foi um pracinha da FEB (Força Expedicionária Brasileira) que lutou e combateu durante a Segunda Guerra Mundial no teatro de operações na Itália. 
Natural de Natividade da Serra, Benedito Moreira nasceu no dia 01 de agosto de 1920 no bairro Sete Pinheiros. Era filho do casal Luiz Moreira e Cândida Portes.
Foi para o Exército no ano de 1939 quando tinha ainda 18 anos e quando atravessou os portões do 6º RI – Regimento de Infantaria (Regimento Ipiranga) de Caçapava-SP, executou os primeiros movimentos de ordem unida, deu os primeiros tiros e recebeu a boina. Não passava pela cabeça desse jovem nativense, tranquilo e trabalhador que cerca de 4 anos mais tarde estaria sendo convocado para os campos da 2ª Guerra Mundial na Itália.
Muitos soldados passavam anos desejando internamente que um conflito acontecesse para que eles pudessem aplicar o que aprenderam na teoria e nos exercícios simulados. Mas, a guerra é caprichosa e não acontece para qualquer um. Para Benedido Moreira ela resolveu acontecer e mesmo se houvesse uma tentativa de fugir, não teria mais jeito.
Na época, havia muitos setores da nossa sociedade que acreditavam que as tropas não embarcariam. Apesar da euforia vivida, alguns jornais, políticos e até chefes militares acreditavam que toda a campanha cívica pela entrada na guerra não passava de uma jogada política de Vargas. Muitos diziam que era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil enviar tropas para a guerra. Para surpresa dos cépticos a cobra fumou.
No seu último ano no Exército, Benedido Moreira foi integrado ao primeiro escalão da FEB e juntamente com aproximadamente outros 5 mil homens sob o comando do general de divisão Mascarenhas de Morais passou por um intenso treinamento dado as tropas que deveriam compor a Força Expedicionária e embarcou no navio americano General Mann com destino ao porto de Nápoles no sul da Itália no dia 02 de julho de 1944. Tudo foi mantido no mais absoluto sigilo, pois se temia que submarinos alemães pudessem interceptar as comunicações e torpedear o navio. No dia 16 de julho de 1944, Benedido Moreira e toda a tripulação chegam em segurança no porto de Nápoles.
Dentre trantos problemas, fatos tristes e horríveis que marcaram sua experiência de combatente, Benedito Moreira recordava a morte de um amigo que estava ao seu lado quando foi atingido por uma granada na cabeça, tirando-lhe a vida, e ele, impedido de se mover pra não atrair a atenção dos alemães, viu o amigo morrer em seus braços, cena essa que ficou pra sempre gravada em sua memória.
Benedito Moreira mostrou sua bravura e tenacidade, nivelando-se aos mais corajosos e experientes soldados americanos. Não obstante as chuvas que não paravam de cair e o inverno rigoroso que enfrentavam, Benedito Moreira juntamente com todo efetivo avançaram em direção ao alvo proposto, participando da conquista pequenos pontos até a grande conquista do Monte Castelo e Castelnuovo, a noroeste do Monte Castelo.
No dia 3 de maio de 1945, as forças do Eixo na Itália renderam-se ao comando aliado. O General Mascarenhas de Morais dirige aos combatentes brasileiros a seguinte Ordem do Dia: "A ordem de cessar fogo acaba de ser dada a todas as tropas que combatem na Itália. Glória a Deus nas alturas e paz entre os homens de boa vontade na Terra". Assim findava a participação de Benedito Moreira no maior conflito da humanidade.
Após os desfechos da guerra em 8 de maio de 1945, o mundo respirou aliviado e esse jovem nativense, carregando consigo as marcas indeléveis da guerra, trouxe no peito o orgulho de um dever cumprido e a liberdade conquistada. Natividade da Serra e sua família estavam esperando por seu herói de braços abertos quando na manhã de 18 de julho de 1945 ele desembarcou no Rio de Janeiro.
Durante a sua vida viveu sempre em Natividade da Serra onde foi trabalhador braçal, faxineiro dos Correios e Carteiro.
Casou-se com 31 anos de idade, no dia 21 de janeiro de 1951 com Vicentina de Oliveira Santos com quem teve 11 filhos: Sebastião dos Santos, Maria de Oliveira Paulino, Ana de Oliveira Moreira Rezende, Isabel Moreira Lima, Tereza Aparecida Moreira Conceição, Antonia Goretti Moreira Rabelo da Silva, Vicente de Paulo Moreira, José Benedito Moreira, Terezinha de Fátima Moreira, Franciso Daniel Moreira e Joaquim Rafael Moreira.
Sua esposa o definia como um homem leal consigo mesmo e com os outros. Seus filhos o definiam como um ótimo pai. 
O ex-combatente da FEB, Benedito Moreira, veio a falecer com 81 anos, no dia 07 de janeiro de 2001. Foi sepuldado no Cemitério Municipal de Natividade da Serra, levando sobre o caixão a bandeira nacional brasileira e a boina usada por ele durante a guerra. Uma chuva fina veio pra despedir e render honras a um homem franzino, humilde mas que lutou com bravura em defesa da liberdade. 
Informações prestadas pelo seu filho José Benedito Moreira que lembra intensamente das palavras de seu pai quando pronunciava sua frase predileta: “A paciência é o caminho do céu”.


Soldado Benedito Moreira
Ex-combatente da Segunda Guerra Mundial
6º RI - Regimento de Infantaria - Regimento Ipiranga
Caçapava-SP
Natural de Natividade da Serra - SP
UNIDADE:
6º Regimento de Infantaria
POSTO OU GRADUAÇÃO:
Soldado
CONDECORAÇÕES:
Medalhas de Campanha
Matéria:
Natividade da Serra.com
Biografia escrita pela professora e pesquisadora Leninha Ribeiro

domingo, 10 de agosto de 2014

Pin antigo da Cobra Fumando

Pin de 1945 da F.E.B, fabricado pela antiga empresa Petraco Nicoli. pintado a mão.
(acervo O Resgate FEB)
(clique na foto para ampliar)

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Binóculo usado pelo Brasil na época da Segunda Guerra

Raro binóculo DFV fabricado para o Exercito Brasileiro de 1943 era cópia do M3 americano.
O binóculo da foto que é o mesmo modelo usado pela F.E.B na Segunda Guerra, pertenceu ao, na época, 1º Tenente Faustino Corrêa da Costa (10/05/1913 a 13/06/1980) que serviu na fronteira de Uruguaiana (RS) em 1944/45.

Binóculo pertence ao filho do Tenente Faustino Corrêa da Costa,  o amigo Carlos Westone Corrêa da Costa.


(clique na foto para ampliar)
DFV
Nascido em 1908, na cidade portuária de Santos (SP), Décio Fernandes de Vasconcellos tornou-se um marco na história do desenvolvimento de instrumentos ópticos de alta precisão no Brasil. Topógrafo por formação, autodidata em Física e Matemática, Décio Vasconcellos era um inventor nato.Durante os seus primeiros 10 anos dedicados, exclusivamente, à fabricação de instrumentos militares.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Cartão postal do front italiano

Dois cartões postais feito na Itália exclusivo para Força Expedicionária Brasileira e 5º Exercito americano.Um deles enviado da Itália como recordação do front italiano em 24 de dezembro de 1944 para o Brasil  pelo combatente Coelho aos seus amigos do Regimento Sampaio.
(acervo O Resgate FEB)
clique na foto para ampliar