sábado, 25 de junho de 2011

PROPAGANDA DE GUERRA - F.E.B.

Diariamente, duas estações de rádio eram ouvidas pelos soldados da FEB na Itália..A Rádio de Milão a chamada¨Voz da República Fascista¨e a Rádio de Berlim. A primeira, a rádio Auriverde, irradiava todos os dias das 13 às 13:45, dirigindo-se aos soldados brasileiros tentando minar o espirito, abater a moral e combatividade, concitando a passarem para o lado adversário.Na propaganda contra o Brasil eram em geral empregados expressões pejorativas.A guerra brasileira, as mentiras e afirmativas de que os pracinhas seriam mortos em pouco tempo caso não passassem para o lado do inimigo.A Rádio de Berlim dirigia-se ao soldado brasileiro das 13 ás 14 horas, irradiava notícias do Brasil, músicas brasileiras,etc.Nessas transmições de um modo geral, os nazi-fascistas procuravam despertar a simpatia para a Alemanha Nazista e a República Socialista Italiana de Mussolini.Rádio clandestina.Margarida Hirschaman, espiã que fazia as transmições em português incitando os pracinhas da FEB a se renderem.Na foto o momento de sua prisão após a rendição dos alemães.
A atividade de propaganda das organizações inimigas não se limitava ao rádio, ao seu lado estava distribuição de boletins, cartazes, jornais e filmes.
 Primeira página do jornal fascista¨La Stampa¨ em sua edição dominical de 3 de setembro de 1944, com o artigo bastante injurioso sobre a FEB na Itália, sob o título ¨Mercenários sobre os Alpinimos¨
Propaganda de guerra feito em boletins  lançados pela artilharia alemã nas linhas da FEB.Um boletim apresenta num lado uma moça em frente a um altar fazendo uma prece a Deus para que seu noivo, um soldado brasileiro, volte com vida para casa.No verso, resumindo um suposto noivo o soldado Aristides José da Silva, morto durante a campanha cujo contéudo consiste para uma deserção.
Muitos dos folhetos de propaganda nazista lançados nas linhas de frente brasileiras tinham o português do Brasil  e não de Portugal.                   
 Alguns folhetos de Guerra
Contra-espionagem.
Agente José Pessato Sobrinho, morto em ação em serviço de patrulhamento.Foi considerado o melhor agente do Serviço de contra-espionagem brasileiro na Itália.
Carteira de livre trânsito do agente Geraldo Batista de Araújo do Serviço contra-espionagem brasileiro na Itália
                PESQUISA
               Blog mauxhonepage FEB
               Fotos do arquivo do General Tácito Theôphilo Gaspar Oliveira
               Livros:Rádio Auriverde de Sylvio Back.
               Caçando espiões de Geraldo batista Araújo
               Eu estava lá de Elza Cansanção
               Ilustração: Henrique Moura.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Medalha de Tempo de Serviço.

Com o advento da constituição republicana de 1891, que extinguiu a Ordem Honorífica de Aviz, verifica-se a necessidade de se criar uma medalha para distinguir bons serviços prestados por militares do exército, da marinha, e, a partir de 1941, também da aeronáutica.
Assim, pelo Decreto n° 4.328, de 15 de novembro de 1901, foi criada a Medalha Militar por tempo de serviço, regulamentada pelo Decreto n.39.207, de 22 de maio de 1958.
Assim, destina-se a comenda a recompensar os bons serviços prestados pelos militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em serviço ativo, assim como pelos oficiais professores do Magistério Militar.
É concedida pelo Presidente da República aos que, satisfeitas as condições estipuladas no respectivo regulamento, tenham completado dez, vinte, trinta, quarenta e cinqüenta anos de bons serviços, sem nota desabonadora.
Características:
Estrela maçanetada com dístico central orlada por dois ramos, um de fumo e outro de café, todos do emblema de Armas da República. No reverso a inscrição Decreto de 15 de novembro de 1901 com setas apontando para fora em cada braço da estrela.
A fita é de gorgorão de seda chamalotada, com largura 24mm, composta de três listras verticais, de igual largura, nas cores nacionais.
Amarelo-ouro a do centro e verde-bandeira as duas listras das extremidades.
As medalhas trarão no corpo da fita um passador, com uma, duas ou três estrelas, representando cada década de serviços prestados.
A medalha é de platina com passador de platina para cinqüenta anos de serviços, no passador há a quantidade respectiva de estrelas, sendo cada estrela equivalente a dez anos.Em ouro com passador e barreta de platina para quarenta anos de serviço.
De ouro, também com passador e barreta em ouro para trinta anos de serviço.
Em prata com passador e barreta de prata para vinte anos.
Em bronze com passador e barreta em bronze para dez anos de serviço.
A medalha e o respectivo barrete devem ser usados do lado esquerdo do peito.


 Esta Medalha de Tempo de Serviço de 20 anos(prata) prestados ao Exército, pertenceu a um pracinha  da Segunda Guerra Mundial.
(acervo O Resgate FEB)                                                                              
                                                             (clique na foto para ampliar)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Trator M 5 na Força Expedicionária Brasileira


Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em 1942, o Exército Brasileiro passou a receber equipamentos motomecanizados,  modernos,  oriundo dos Estados Unidos para equipar dentre outras as unidades de artilharia, dando-lhes uma nova dimensão, seja em termos de mobilidade e capacidade de poder de fogo.
Com a criação da Força Expedicionária Brasileira – FEB, em 1943 e seu envio para o teatro de operações na Itália em 1944/45, coube ao 1º Grupo do 1º Regimento de Artilharia Pesada Curta – I/1ºRAPC a primazia na utilização do então moderno TRATOR M-5 de 13 toneladas e alta velocidade, uma grande novidade entre nós

Estes tratores eram viaturas militares sobre lagartas para tração pesada, destinada principalmente a rebocar obuseiros de 105 e 155mm e neste caso eles tracionavam as 18 peças de 155mm, sendo uma para cada trator, e todos receberam a matrícula      FEB 440-C, que indicava pertencer à 3ª Bateria do IV Grupo do I/1º R.A.P.C. e o respectivo número do veículo de dois dígitos como 81, 77, 78, 79, 80, etc, e alguns chegaram a possuir nomes como VERA, que representava uma forma carinhosa de manter viva a saudade sobre a pessoa amada que aguardava a volta  do combatente ao solo brasileiro.

De aparência estranha se comparado com os outros veículos empregados naquele teatro de operações, ele desenvolvia uma velocidade de 48km/h que podia numa emergência chegar a 56km/h. Dispunha de compartimentos apropriados para pessoal, 9 homens sentados, munições (30 granadas de 155mm), ferramental, sobressalentes e outros equipamentos necessários ao seu uso, podendo ser usado nas configurações aberto e fechado com uma capota de lona que lhe dava um ar mais sóbrio onde ostentava força e robustez.
Trator M 5 exposto no  Museu Militar Conde de Linhares
Foto de Demisom de Oliveira.
Era impulsionado por uma motor a gasolina Continental modelo R 6 572, de seis cilindros em linha, quatro ciclos, refrigerado a água, válvula na cabeça, com dois carburadores e potência máxima de 235 HP. Sua embreagem era do tipo pesada com reduzida de baixa e alta velocidade, acionada a ar comprimido por meio de um pedal de serviço e em situação de emergência, na falta de ar, existia um outro pedal que funcionava mecanicamente. A transmissão era do tipo helicoidal de passe constante, com quatro velocidades à frente e uma a ré, que combinando a transmissão com a redução de embreagem, obtêm-se oito velocidades e duas marchas a ré.
A versão M-5 era dotada de lagartas de aço T36E6 ou T55E1 com garras integrais, de 24cm de largura, padronizada para carros de combate leves, podendo ainda empregar lagartas de borrachas amovíveis modelo T16, o que lhe proporcionava uma grande mobilidade em terrenos lamacentos e íngremes e boa velocidade em estradas.
Sua aparência ficava ainda mais estranha em razão de existir na sua parte frontal um compartimento onde se alojava um guincho com capacidade de 6,8 toneladas.
Dispunha ainda de controles e conexões para acionar no reboque freios elétricos ou pneumáticos, existindo na sua parte traseira tomadas para ambos os tipos.
Trator M 5 da FEB.
Foto de Tomek Basarabowicz.
Foi um grande avanço para este novo conceito de artilharia que se vislumbrava com a segunda guerra mundial, fator determinante na modernização dos meios até então utilizados no Brasil, quando o mais moderno era a artilharia hipomóvel e auto-rebocável, certo é que eles prestaram um grande apoio às demais unidades da FEB envolvidas nos combates com unidades alemãs e italianas e após a guerra os 18 tratores M-5 foram enviados para o Brasil e incorporados no Exército Brasileiro que já recebia diversos outros iguais e modelos similares que foram empregados com sucesso até os anos 80.
Um veterano de guerra M 5 em Brasília com o emblema da Artilharia Pesada da FEB.
Nome: Tractor M-5, 13 Ton, High-Speed
Comprimento: 4,851m
Largura: 2,540m
Altura total: 2,642m
Suspensão: Mola voluta vertical
Peso em ordem de combate: 12.958kg
Pressão sobre o solo: 0,502m
Guarnição: 9 homens
Armamento: uma metralhadora .50
Motor: Continental R 6 572, seis cilindros, quatro ciclos, 235HP, a gasolina, refrigerado a água
Sistema elétrico: 12 volts
Capacidade do tanque de combustível: 378,6 litros de gasolina de 70/72 a 80 octanas sendo 189,3 em cada um dos dois tanques
Raio de ação: 240km
Rampa máxima sem reboque: 72%
Rampa máxima com reboque: 50%
Vau máximo: 1,35m
Fosso transponível: 1,68m
Raio de volta mínima: 6,10m
Carga máxima de reboque: 9.205kg
Pesquisa:
Expedito Carlos Stephani Bastos.
Pesquisador de Assuntos Militares da Universidade Federal de Juiz de Fora

terça-feira, 14 de junho de 2011

Mapa do IV Corps USA/F.EB da campanha na Itália

Mapa pós guerra comemorativo da campanha do IV Corpo do Exército Americano onde juntos atuaram a FEB e 5º Exército Americano da campanha na Itália.Mapa completo e raro de encontrar.
(acervo O Resgate FEB)
                                                                                   
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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Monumento aos pracinhas mortos na Segunda Guerra Mundial - Rio de Janeiro

O Retorno dos heróis da F.E.B

“Imolando-se pela Pátria, adquiriram uma glória imortal e tiveram soberbo mausoléu, não na sepultura em que repousam, mas na lembrança sempre viva de seus feitos. Os homens ilustres têm como túmulo a terra inteira”
Era o dia 22 de dezembro de 1960. Na cidade do Rio de Janeiro presenciou um daqueles episódios que ficarão eternamente gravados em sua história.
Naquele dia, 462 pequenas caixas de zinco, encerradas em urnas de madeira, chegaram ao recém-inaugurado Monumento Nacional aos Mortos da II Guerra Mundial, mais conhecido como Monumento aos Pracinhas.
Dentro delas, estavam os restos mortais de 462 brasileiros, tombados durante a Campanha da Força Expedicionária Brasileira (FEB), na Itália, durante o último conflito mundial.
Realizada na manhã ensolarada de uma quinta-feira, a cerimônia de recepção literalmente parou o centro da cidade, onde a população prestou espontâneas homenagens — homenagens só devidas aos heróis.
Vindo do Palácio Tiradentes, o longo cortejo conduzindo as urnas tomou o rumo da Avenida Rio Branco. A avenida, repleta pela multidão emudecida, era preenchida por um silêncio abissal. Um silêncio só quebrado pela da batida emotiva do surdo, ecoando pelos edifícios em meio a uma atmosfera surreal. Jamais houvera um dia igual aquele na cidade.
As urnas, cobertas por pequenas bandeiras brasileiras, eram carregadas de forma  marcial por veteranos de guerra, militares da ativa, da reserva, viúvas  e familiares dos falecidos .                                                         
Ao fundo, ouvia-se os estrondos de salvas de peças de artilharia. Respondiam a elas os fortes da Baía de Guanabara, troando os seus canhões. No céu, esquadrilhas da aeronáutica sobrevoavam o cortejo. Do alto dos edifícios, o povo fazia cair uma chuva de papel picado sobre a avenida.
Ao longo do trajeto, numerosas guarnições da Marinha, Exército e Aeronáutica prestavam solene continência, inclusive representações de militares estrangeiros dos países amigos.
Acostumados a assistir com alegria os desfiles das escolas de samba – à época realizados no mesmo local – os cariocas assistiram ao evento com a expressão contrita e o olhar fixo nas urnas, testemunhando o último desfile dos bravos que tombaram na guerra.
As batidas do surdo pareciam ressoar na alma de cada um dos presentes. Mas, quando chegaram ao monumento, o instrumento emudeceu.
Lá estava o Presidente da República, Juscelino Kubistchek, os aguardando. Uma urna com os despojos de um soldado brasileiro não identificado foi entregue pelo  ex-comandante da FEB, Marechal Mascarenhas de Moraes, ao Presidente da República, que a depositou na base do Pórtico Monumental.
Quando perguntados pela imprensa porque não deixaram os corpos enterrados na Itália, conforme fizeram outras nações, Juscelino Kubitstchek e o Marechal Mascarenhas de Morais provaram, uma vez mais, porque foram expoentes em suas carreiras. Responderam eles:¨ O Brasil precisava de seus mortos como exemplo para os vivos¨Juscelino Kubitschek de Oliveira (Presidente da República do Brasil).   ¨Eu os levei para o sacrifício.Cabia-me trazêlos de volta para receberem as honras e glórias de todos os brasileiros¨ Marechal João Bastista Mascarenhas de Morais.( Comandante da Força Expedicionária Brasileira )
General  Zenóbio (esq), Marechal Mascarenhas de Morais (centro) e General Cordeiro de Farias (dir) 
O monumento foi projetado pelos arquitetos Marcos Konder Netto e Hélio Ribas Marinho, vencedores de um concurso nacional.
Vista panorâmica do monumento aos pracinhas mortos, ao fundo Marina da Glória e Baia de Guanabara.
Painel de azulejos em homenagem aos mortos no mar tanto como civis como militares,a autoria deste painel é de ANÍSIO MEDEIROS.
Túmulos dos pracinhas mortos em combate na Segunda Guerra Mundial.
 Homenagem a todos os soldados mortos na Itália não identificados
A construção tem também em seu interior um museu com fotos, peças e artefatos usados pelos pracinhas durante a Segunda Guerra Mundial.Capa de chuva usado pela FEB (foto de Julio Zary)
PESQUISA: Lapa Azul.
Ilustração: Henrique Moura 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

SACO DE DORMIR - F.E.B.

Belíssimo e raro saco de dormir (Bag Sleeping Wool) em lã grossa para aguentar o rigoroso inverno italiano na Segunda Guerra de fabricação americana.Medindo 2.10 metros de comprimento por 66 cm de largura.Fabricado em 1944.
(acervo O Resgate FEB)

                                                               (clique na foto para ampliar)                                                           

sexta-feira, 3 de junho de 2011

MONUMENTO AOS PADIOLEIROS DA FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA.


Uma foto do arquivo de família de Antonio Carlos de Oliva Maya, da cerimônia de inauguração do monumento aos 8 padioleiros mortos no Teatro de Operações da Itália na Segunda Guerra Mundial.
O monumento ficava no 1º Batalhão de Saúde na Vila Militar, em Magalhães Bastos, na Zona Norte do Rio. Nessa época o pai de Antonio Carlos, o Tenente Coronel Tito Maya comandava o Batalhão.
Essa homenagem a esses 8 heróis que arriscaram suas vidas em detrimento à vida de seus companheiros que sem o mínimo de subsídios embarcaram para uma das mais sangrentas guerras da humanidade. Hoje esses oitos estão esquecidos, inclusive no site do Exercito Brasileiro que não menciona o monumento em sua homenagem.                                                 O monumento                   
                                                                    Padioleiros em ação
            Ilustração: Henrique Moura
            Pesquisa:mauxhomepage  FEB.