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segunda-feira, 8 de maio de 2023

Expedicionário Isaac de Souza

Isaac de Souza nasceu no dia 27 de abril de 1920 em Santo Antônio de Pádua no estado do Rio de Janeiro e, com 6 meses de idade, foi trazido por seus pais, Olímpia de Souza e Manoel Luís de Souza, de Santo Antônio de Pádua (RJ) para Carabuçu, distrito de Bom Jesus do Itabapoana, onde passaram a morar em um casarão localizado na região conhecida como Vala. Foi ali que Isaac residiu a maior parte de sua vida. Teve 10 irmãos do primeiro casamento de seu pai e 4 do segundo casamento, após a viuvez deste.
Isaac estudou com a professora Conceição, contratada por seu pai. As aulas ocorriam no próprio casarão da família, no período noturno, para não prejudicar o trabalho na lavoura.
Casou-se com Iná Braga de Souza, nascida em Itaperuna (RJ), no dia 27/7/1930. Iná é filha de João Batista da Silva Braga, oriundo de São Sebastião do Alto (MG), e Anna de Freitas Penna, de Comendador Venâncio, distrito de Itaperuna (RJ).
Isaac foi chamado a servir ao Exército quando tinha 21 anos de idade. Foi incorporado no 1º Regimento de Infantaria. 
Depois de alguns meses treinando, embarcou para Itália no segundo escalão em 22 de setembro de 1944.
No navio que levou os pracinhas à Itália, Isaac recebeu um manual para a viagem e cartões para trocar por refeições que eram em geral enlatadas.
Isaac contava que na Itália, os cigarros norte-americanos eram distribuídos para a tropa, ele acabava vendendo os cigarros que eram destinados a ele e mandava o dinheiro para seu pai, que acabou comprando, com esse dinheiro, uma junta de boi”.
Fatos contados por Isaac: 
Certa vez, estava em um jeep dirigido por um amigo. Quando viram o avanço das tropas inimigas, resolveram entrar numa grande casa abandonada. Ocorre que houve, repentinamente, uma explosão de granada, que fez com que a parede caísse sobre o amigo, matando-o. Passado o perigo, Isaac puxou o corpo pela mão do amigo morto, colocou-o nas costas e levou-o para enterrá-lo.
Um fato ocorrido próximo ao Monte Castelo, onde estavam entrincheirados os alemães. “Quando Isaac e os demais soldados brasileiros chegaram próximo ao local, era noite e não tinham noção exata de onde se encontravam. Resolveram, então, deitar-se para dormir. Repentinamente, passaram a sentir objetos arredondados encostarem nos seus corpos. Todos os pracinhas ficaram apavorados, porque supunham serem granadas lançadas pelos alemães, que poderiam explodir a qualquer movimento dos brasileiros. Ninguém dormiu a noite inteira, permanecendo imobilizados. Quando acordaram é que observaram que estavam embaixo de uma árvore de maçãs, que caiam e encostavam-se nos corpos dos soldados.”
Na Itália, Isaac de Souza permaneceu por cerca de um ano, participando, contudo, dos enfrentamentos por cerca de 11 meses.
Retornou ao Brasil em 22 de agosto de 1945.
Passada a euforia com a vitória na 2ª Guerra Mundial e o retorno dos pracinhas ao Brasil, os sonhos viraram pesadelos.
Para se conseguir a reforma (aposentadoria), os pracinhas teriam de se internar em um Hospital Militar para realizarem diferentes exames e avaliações.
Isaac internou-se no Hospital Militar juntamente com os seguintes soldados: João Batista de Aguiar, Florentino P. Vantuil (Cachoeiro de Itapemirim), Argemiro Caetano de Oliveira (MG), Pio Romão (Cuiabá) e Fernando Cruz (Belo Horizonte)
A tão almejada reforma, contudo, só passou a ser automática após 25 anos do fim da Guerra. A reforma de Isaac foi publicada no Diário Oficial no ano de 1969.
Isaac e Iná tiveram cinco filhos: Eulina, Humberto, Eliane, Oduvaldo e Telma.
Fonte:
O norte fluminense
Site Força Expedicionária Brasileira. 

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