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segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

BRASILEIRA E HEROÍNA DE GUERRA

 Altamira Valadares teve grande destaque durante a Segunda Guerra, mas seu legado vai muito além de sua atuação no conflito

O Brasil se juntou à Segunda Guerra Mundiall na metade de 1944. Até então, o país se mantinha neutro no conflito. Como outras nações, nosso território não apenas enviou soldados para os campos de batalha, como também batalhões de enfermeiras para tratarem dos feridos. Elas eram fundamentais para minimizar as baixas do conflito, e em muitas situações arriscaram suas vidas tanto quanto os combatentes
Certificado de reservista da enfermeira Altamira , assinado pelo General Mascarenhas de Moraes. 

Uma de nossas heroínas de guerra é conhecida como Capitã Altamira Pereira Valadares. Ela nasceu em Batatais, município de São Paulo, e fez parte do grupo de 73 mulheres treinadas em enfermagem que saíram da cidade para atuar na guerra. Vale comentar que, na época, a profissão era exclusivamente feminina.

Altamira já era uma profissional experiente, tendo exercido a função durante uma década. Ela foi enviada à Itália no mês de julho, juntamente com a Primeira Divisão Brasileira.

Uniforme da enfermeira Altamira Valadares.

Era uma das "febianas", apelido dado às enfermeiras que se voluntariaram para entrar na Força Expedicionária Brasileira (FEB). 

As profissionais de saúde atuando no conflito precisavam frequentemente levar os feridos para um local seguro enquanto o combate ainda ocorria (caso contrário, podia ser tarde demais para socorrê-los). Assim, tinham que ser capazes de carregar os soldados e suas armas, tudo em meio ao fogo cruzado.A Capitã Altamira Valadares, além de ter salvado a vida de inúmeros militares brasileiros, também fazia curativos nos feridos alemães quando encontrava com eles. Sua função ali, afinal, era proteger vidas, mesmo que elas pertencessem às linhas inimigas. 

A enfermeira paulista ainda foi responsável por uma grande contribuição para a comunidade de sua cidade natal: ela usou seu próprio dinheiro para colaborar na criação do Centro de Documentação de Batatais, uma instituição criada com o objetivo de eternizar a memória dos combatentes da Segunda Guerra e das Febianas.Ela deu uma série de palestras ao longo dos anos falando sobre suas experiências com o conflito em solo italiano. Vale destacar que Valadares, que morreu em 2004, aos 94 anos de idade, se dedicou a uma série de outros projetos semelhantes ao longo da vida. Um desses, inclusive, é o livro que escreveu a respeito das 73 mulheres que compunham o batalhão de enfermeiras de Batatais (SP). 

Matéria: INGREDI BRUNATO, SOB SUPERVISÃO DE PAMELA MALVA.

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