Osvaldo Cordeiro de Farias nasceu em Jaguarão (RS), em 1901.
Ingressou na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, em 1918. Participou das conspirações que precederam a deflagração do levante armado de julho de 1922 contra o governo federal, que deu início ao ciclo de revoltas tenentistas. Apesar de não ter participado diretamente dos combates, acabou sendo preso por três meses. Em seguida, foi transferido para Santa Maria (RS), voltando a conspirar contra o governo. Em outubro de 1924, participou do levante tenentista deflagrado em Uruguaiana (RS), logo se juntando aos demais contigentes rebeldes do estado, reunidos sob a liderança de Luís Carlos Prestes. Os rebeldes gaúchos acabariam se retirando para o estado do Paraná, onde juntaram-se aos remanescentes do levante deflagrado no mês de julho, em São Paulo. Da unificação desses dois grupos nasceu a Coluna Prestes, exército rebelde que, sob o comando do militar gaúcho que lhe deu o nome promoveu, nos dois anos seguintes, uma guerra de movimento pelo interior do país contra as tropas fiéis ao governo federal. Cordeiro de Farias teve atuação destacada na Coluna, comandando um dos quatro destacamentos que a compunham.
Em fevereiro de 1927, já desgastados pela longa campanha e sem perspectivas de vitória, os líderes da Coluna resolveram encerrar aquela fase da luta e abandonaram o território brasileiro, internando-se na Bolívia. No ano seguinte Cordeiro retornou ao Brasil clandestinamente e deu prosseguimento às atividades conspiratórias, tendo sido, então, preso. Julgado e absolvido, retornou ao Exército sem deixar, contudo, de conspirar contra o governo.
Em fevereiro de 1927, já desgastados pela longa campanha e sem perspectivas de vitória, os líderes da Coluna resolveram encerrar aquela fase da luta e abandonaram o território brasileiro, internando-se na Bolívia. No ano seguinte Cordeiro retornou ao Brasil clandestinamente e deu prosseguimento às atividades conspiratórias, tendo sido, então, preso. Julgado e absolvido, retornou ao Exército sem deixar, contudo, de conspirar contra o governo.
Em 1930, participou do movimento revolucionário que depôs o presidente Washington Luís e impediu a posse do novo presidente eleito, Júlio Prestes. Integrou, nessa ocasião, o comando da insurreição em Minas Gerais. Com a vitória do movimento e a posse do novo governo liderado por Getúlio Vargas foi lotado no gabinete do ministro da Guerra, general Leite de Castro. Em maio de 1931, foi transferido para São Paulo, assumindo a chefia de polícia daquele estado. Permaneceu no cargo até junho do ano seguinte, um mês antes da deflagração do movimento constitucionalista pelas forças políticas tradicionais de São Paulo, que exigiam a reconstitucionalizaçào do país e a recuperação da autonomia estadual, com o afastamento dos tenentes que vinham exercendo influência na política paulista. Colaborou no combate à insurreição e, no ano seguinte, voltou a ocupar a chefia de polícia do estado.
Em 1935, de volta ao Rio de Janeiro, deu combate ao levante militar deflagrado por elementos de esquerda ligados à Aliança Nacional Libertadora (ANL). No ano seguinte concluiu o curso da Escola de Estado-Maior do Exército. Em 1937 foi transferido para o Rio Grande do Sul, onde assumiu a chefia do estado-maior da 3ª Região Militar (3ª RM), sediada em Porto Alegre, sob o comando do general Daltro Filho. Participou da campanha movida por Vargas para afastar o governador Flores da Cunha, que acabou sendo substituído pelo comandante da 3ª RM. Após a morte de Daltro Filho no início do ano seguinte, Vargas nomeou Cordeiro de Farias como interventor federal no Rio Grande do Sul.Da esquerda para a direita: Olímpio Falconière, Zenóbio da Costa, Mascarenhas de Moraes e Cordeiro de Farias. |
Em 1942, Cordeiro de Farias chegou ao generalato. Em setembro do ano seguinte deixou a interventoria gaúcha para integrar-se à Força Expedicionária Brasileira (FEB). Em setembro de 1944 viajou para a Itália, onde participou das principais batalhas em que a FEB esteve envolvida na Segunda Guerra Mundial.
De volta ao Brasil em 1945, voltou a participar de articulações políticas, tendo seu nome chegou cogitado como candidato a presidente da República. Em outubro daquele ano participou do golpe militar que afastou Vargas do poder e extinguiu o Estado Novo. Em 1949 foi nomeado comandante da recém-criada Escola Superior de Guerra (Esg). Em maio de 1950 foi derrotado nas eleições para a diretoria do Clube Militar, em disputa marcada por forte conteúdo ideológico. Cordeiro representava a corrente que defendia a participação do capital estrangeiro na exploração do petróleo brasileiro, enquanto que a chapa vitoriosa, liderada por Newton Estillac Leal, representava os setores nacionalistas das Forças Armadas.
Deixou a Esg em agosto de 1952 para assumir o comando da Zona Militar Norte, sediada em Recife. Em 1954 elegeu-se governador de Pernambuco, numa coligação envolvendo o Partido Social Democrático, o Partido Libertador e o Partido Democrata Cristão, ocupando o cargo entre 1955 e 1958. Fez um governo voltado para a assistência ao sertão, para a construção de açudes e estradas. Ocupou o cargo entre 1955 e 1958, renunciando ao mandato um mês antes de sua conclusão para assumir a presidência da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos, que exerceu durante dois anos.
Osvaldo Cordeiro de Farias, governador do Estado de Pernambuco entre 19551 1958.
Em 1961 foi nomeado chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (Emfa) pelo presidente Jânio Quadros. Com a renúncia de Jânio, envolveu-se na conspiração que visava impedir aposse do vice-presidente, João Goulart, então em viagem à China. Jango tomou posse devido ao apoio da população e a Campanha da Legalidade, comandada em Porto Alegre por Leonel Brizola. Na ocasião, foi nomeado comandante do III Exército pelo Ministro da Guerra, Odílio Denys, em substituição ao General José Machado Lopes, que havia aderido à causa legalista. Não chegou a assumir este cargo.Com a renúncia de Jânio, envolveu-se ativamente na conspiração contra o novo presidente, João Goulart.Participou, ativamente, do golpe militar que, em 1964, depôs o presidente João Goulart. Novamente foi cogitado para presidente, o que não se concretizou uma vez que era considerado "político demais" por alguns setores do exército.Após a instalação do regime militar em 1964, passou a dirigir o Ministério Extraordinário para a Coordenação dos Organismos Regionais, posteriormente Ministério do Interior, função que desempenhou até junho de 1966, quando se retirou da vida pública.
Cordeiro de Farias foi premiado com inúmeras condecorações nacionais e internacionais, entre elas a Cruz de Guerra com Palma (França), a Legião de Honra (França), a Grande Oficial Ordem da Coroa (Itália), a Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis (Portugal), Legião de Mérito (Estados Unidos), Grande Oficial da Ordem Nacional do Mérito Militar, no Mérito Naval, e do Mérito Aeronáutico (Brasil).
Casou-se com Avani Barcelos, com quem teve um filho.
Cordeiro de Farias faleceu no Rio de Janeiro, aos 79 anos, em 17 de fevereiro de 1981.
Fonte de pesquisa: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930.
Algumas fotos tiradas da internet sem identificação da origem.
Henrique Moura
Fonte de pesquisa: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930.
Algumas fotos tiradas da internet sem identificação da origem.
Henrique Moura
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