Superadas  as dificuldades iniciais, a comida fornecida pela cozinha de campanha  passou a ser muito bem aceita pelos soldados. A própria instalação da  cozinha de campanha causou surpresa, quando a tropa acampou pela  primeira vez.
Houve imensa satisfação dos homens ao se engajarem a fundo nos  chocolates, nos frangos e nas galinhas, nas costeletas de porco, nas  geléias, nos doces de pêssegos e peras da Califórnia, de abacaxis do  Havaí, nas saladas de frutas, nas ameixas, passas e sucos.
Foi ao tomar contato com essa forma de alimentação que os oficiais  começaram a avaliar o imenso poderio de seus aliados estadunidenses.  Todos esperavam receber armas, canhões e outros equipamentos, muitos já  conhecidos nas manobras de treino no Brasil, mas, acostumados com a  ração anteriormente servida no Brasil, ficaram surpresos com a  abundância e com o colorido das frutas e passas, das latas em que vinham  vários artigos e alimentos. Um praça chegou a comentar alto: ‘Meu Deus,  como a comida desses gringos é bonitinha’.
Mas nem tudo era recebido com esse bom humor: o Pork Lunch, enlatado à  base de carne de porco, era servido com tanta frequência que acabou  sendo detestado por todos, inclusive pelos estadunidenses. Esse alimento  entrou para o anedotário de toda a tropa do V Exército e até os  estadunidenses também faziam piadas.
Os cozinheiros, diante das constantes reclamações sobre a inclusão do  Pork Lunch no cardápio, resolveram colocar um molho improvisado, para  enganar o pessoal. O primeiro praça na fila do rancho, ao perceber a  colocação em sua marmita de uma enorme rodela coberta pelo molho,  tocava-a com o garfo, meio desconfiado, afastava um pouco o molho,  virava-se para trás e avisava aos companheiros: ‘Cuidado, pessoal, ela  hoje está camuflada’.
Junto com a primeira refeição, cada soldado recebia um maço de  cigarros estadunidenses. Esse fumo agradou tanto à tropa que, quando a  Intendência quis fornecer cigarros brasileiros, houve forte reação e a  cota de cigarros estadunidenses foi mantida. Os cigarros brasileiros que  quiseram servir eram das marcas Victor e lolanda, esta com o desenho de  uma mulher loura, logo batizada pela tropa de ‘Bionda Cativa’ (Loura  ruim).
A Intendência, prevendo que o tráfego seria prejudicado no inverno, e  para evitar que faltasse comida, criou um estoque de emergência, assim  escalonado: os soldados, em posição, recebiam um dia de ração K. Com as  unidades, um dia de ração K e um dia de ração C. Com a divisão, dois  dias de ração B e três de ração C. Com o Exército, 15 dias de víveres  brasileiros colocados em Pistóia no Centro de Reprovisionamento do  Exército.
Havia ainda dentro da organização do V Exército americano os Serviços  de Suprimento Reembolsável, onde, por módica quantia, se adquiria  cigarros, bebidas, agasalhos e outros artigos que ofereciam maior  conforto. Esse serviço, porém, não se estendia a toda a FEB: os praças  só podiam dispor dele quando se encontravam de licença, na retaguarda.
Às vezes tinham oportunidade de conseguir estas mercadorias nos  denominados PX – Post Exchange-, junto aos postos da Red Cross, e assim  mesmo aquisições limitadas aos soldados. Como na Itália o vinho era bom e  abundante, os pracinhas quase sempre trocavam uma garrafa por alguns  cigarros ou uma barra de chocolate.
Os tipos de ração distribuídos à tropa.
A Ração K - de assalto – era composta por três pequenas caixas correspondentes às refeições, contendo em cada uma:
- Uma lata de queijo,
 - Patê ou sopa desidratada – conforme fosse café, almoço ou jantar.
 - Biscoitos, café ou limonada solúvel
 - Chocolate,
 - Cigarros e fósforos,
 - Um tablete de Halazone para purificação d’água,
 - Uma colher
 - Um abridor de latas.
 
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Todos os alimentos combinados equivaliam a 900 calorias. Esta ração  acompanhava os homens, só podendo ser consumida por ordem superior.
A ração C - de combate – compunha-se de 6 pequenas latas:
- Três contendo alimentos à base de carne, em mistura com cereais,
 - Três com artigos variados: biscoitos, café ou limonada solúvel, chocolate, cigarros, fósforos e um tablete de Halazone.
 
Ração C
Correspondia a 3.800 calorias. Seu transporte ficava a cargo das unidades e o consumo somente poderia ser feito mediante ordem.
A ração B – operacional – era consumida diariamente  pela tropa, salvo as patrulhas ou durante os ataques em que os homens,  por necessidade, eram levados a utilizar ou  a ração K ou a C.
Era composta das três refeições.
O café da Manhã
- O café com leite,
 - Pão,
 - Geléia ou manteiga de amendoim
 - Extrato de tomate.
 
O almoço e o jantar:
- Carne, às vezes galinha ou peru,
 - Feijão,
 - Arroz,
 - Frutas ou suco de frutas,
 - Ovos,
 - Pão,
 - Doce,
 - Café,
 - Cigarros e fósforos,
 
Somando 4.000 calorias por refeição.
Além dessas rações, havia a de emergência, a ser consumida em circunstâncias especiais, sendo:
- Uma barra de chocolate altamente concentrado,
 - Ração “10 por 1″ – contendo 10 refeições em um só recipiente para uso coletivo.
 
Durante o inverno, distribuíam anexadas as rações, complementos  multivitamínicos, duas vezes por dia a cada homem, para consumo em cada  refeição principal.
No verão, tabletes de sal.
Matéria : Segunda Guerra.Org
               Ecos da Segunda Guerra. 








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