O  M8 foi desenvolvido em 1941 pela Ford Motors para o Exército  Americano  como um veículo caça-tanques com tração nas seis rodas. Armado  com um  canhão de 37mm, uma metralhadora .30 e uma .50.
Devido a sua blindagem leve, logo se viu  que ele seria uma presa  fácil contra os tanques alemães. Por isso o M8  foi designado para a  função de veículo de reconhecimento. Função que  desempenhou com grande  sucesso até o final da guerra. O M8 foi  largamente utilizado pelas  forças americanas, britânicas, francesas e  pelo Brasil
                                   M 8 na conquista de Montese com a FEB. 
O nome Greyhound, foi dado pelos britânicos que tinham o costume de   dar nomes aos veículos de combate. Em especial, os recebidos dos   americanos.
Com a criação da Força Expedicionária  Brasileira em 1943, foram  criadas unidades para o teatro de operações  italiano. Entre elas o 1º  Esquadrão de Reconhecimento, parte da 1ª  Divisão de Infantaria  Expedicionária.
A FEB operou ao todo 13 Greyhounds na  Campanha italiana. Todos sendo  entregues na Itália, onde os pracinhas  que iriam operá-los tiveram  apenas uma semana para se familiarizar com o  veículo para enfim entrar  em operação.
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| M 8 em patrulha | 
 
Os M8 da FEB entraram em combate pela  primeira vez em 12 de setembro  de 44 no avanço contra Vechiano onde o  pelotão de blindados foi dividido  em dois grupos. Um indo pelo eixo  Manacuiccoli-Chiese-Massarosa  enquanto que o segundo seguiria pelo eixo  S.Pietro- S.Macário-Piano e S.  Macário do Norte. Dando apoio a  infantaria brasileira e tendo algumas  escaramuças com as tropas alemãs,  algumas destas armadas com armas  antitanque. Porém, por incrível que  possa parecer, ao longo da campanha  italiana apenas um Greyhound  brasileiro foi destruído por uma arma desse  tipo. A tripulação  conseguiu se evadir do veículo sem baixas.
Os M8 foram de grande valia para as  tropas brasileiras, lhes  permitindo uma capacidade de deslocamento em  batalha somada a capacidade  ofensiva e defensiva, apesar de o veículo  mostrar dificuldades em atuar  no terreno acidentado da Itália. Em  especial no inverno, onde era mais  seguro conduzir o veículo apenas nas  estradas.
                                 O veterano de reconhecimento Greyhound M8 uasdo pela FEB.  
Com a FEB, o M8 ainda teria grandes  momentos de glória. Como a tomada  da cidade de Canavarro, mas um de  seus maiores testes viria justamente  na mais sanguenta batalha travada  pelos brasileiros no conflito.  Montese.
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|  O M8 em Brasília |  | 
 
A Batalha de Montese teve início em 14  de abril de 45 e terminou ao  final do dia 15, e fazia parte da ofensiva  de primavera planejada pelo  comando aliado na Itália.
                                                     M 8 na entrada de Camaiore na Itália. 
Os Greyhound tiveram como missão dar  apoio ao avanço da 11º Regimento  de Infantaria na tomada da cidade e  das posições de defesa alemã. Foi  um duro teste para soldados e  veículos pois a FEB se viu envolvida em um  combate urbano. Algo que  nunca o Exército Brasileiro havia enfrentado  em toda a sua história,  ainda mais no contexto de uma guerra moderna. 
Apesar do sofrimento, das baixas e  dificuldades enfrentadas, a  coragem e bravura dos pracinhas lhes  valeram a vitória frente ao inimigo  bem entrincheirado. Com a conquista  de Montese, os aliados conseguiram  romper a Linha Gótica. O principal  objetivo da Ofensiva de Primavera.
A atuação brasileira em Montese  repercutiu de forma bastante positiva  junto ao comando americano.  Alguns escritos dizem que o General Mark  Clark teria dito a seguinte  frase a respeito da vitória brasileira em  Montese:
 O soldado “De todas as tropas sob meu comando, apenas os brasileiros merecem meus cumprimentos.brasileiro  está apto a ensinar a qualquer  exército do mundo como conquistar uma  cidade”
Após Montese, os M8 continuaram a dar  apoio ás tropas e a realizar  missões de reconhecimento, mas desta vez  sem tanta resistência pois  tanto as tropas alemãs como italianas  estavam em debandada.
Porém, o 1º Esquadrão de Reconhecimento e  seus M8 estariam presentes  no último e um dos mais gloriosos momentos  da FEB na campanha italiana  quando em 29 de abril de 1945 após uma  negociação de mais de 24 horas, O  General Otto Fretter-Pico apresentou a  rendição da 148ª Divisão Alemã  bem como a dos remanescentes da Monte  Rosa italiana.
Após a rendição alemã, todo contingente  da FEB foi desmobilizado e  teve inicio seu repatriamento. Os M8 assim  como os demais veículos,  armas e equipamentos cedidos pelos americanos  foram devolvidos pelos  pracinhas em Roma. Mas os homens que conduziram  os Greyhound da FEB não  ficariam longe de seus veículos por muito  tempo, já que após algum  tempo, os americanos enviaram para o Brasil a  maior parte do material  utilizado pelos pracinhas deixados na Itália.  Incluindo todos os M8  remanescentes.
O Greyhound foi um veículo muito  importante para o desenvolvimento  militar brasileiro, pois deu ao nosso  exército a primeira experiência  prática na utilização de blindados em  combate além de também contribuir  para o desenvolvimento da indústria  bélica nacional. Pois as  experiências com a manutenção do veículo foi  passada posteriormente a  Engesa, que tomando o M8 Greyhound como base,  desenvolveu as primeiras  viaturas blindadas com tecnologia nacional. O  carro de combate EE-9  Cascavel e a viatura blindada EE-11 Urutu.
M8 Greyhound:
Tripulação: 4
Peso: 7,8 toneladas
Dimensões: comprimento: 5m; altura: 2,25; largura: 2,54;
Blindagem: até 19mm
Motor: Hercules JXD 6 cilindros desenvolvendo 110hp
Desempenho: velocidade máxima: 90km/h; alcance: 563km
Armamento: uma arma de 37mm, uma metralhadora .30 e outra .50
Pesquisa: André Viana é comunicólogo e jornalista. Estudioso de história e plastimodelista residente em Belém-PA
andreadvman@hotmail.com
Site :Portal FEB.
Ilustração: Henrique Moura.