Todos os expedicionários levavam numa corrente dependurado, no pescoço duas placas de identidade feita de metal com os dizeres em relevo. Nela constavam o nome, número de identificação, tipo sanguíneo, ano de vacinação anti-tetânica e as iniciais OF (oficiais) e PRA (praças) é acima do nome a palavra Brasil.A seção do Quartel General encarregado de fornecer as placas lutou penosamente para que ninguém fosse desfalcado dessa importante prova de identificação. A ordem de usar as placas no pescoço era terminante. Apesar de toda severidade e fiscalização, verifica se que muitos soldados no teatro de operações não tinham ou deixaram no saco entre sua bagagem.O resultado desta falta de compreensão de muitos soldados foi maior insistência e zelo dos comandantes, foi que tivemos dezoito mortos desconhecidos além de inúmeros outros que deram trabalho ao pelotão de sepultamento para indentificá-los. Uma aplicação interessante da placa de identificação(justamente por isso tinha os dizeres em relevo) era de servir de matriz para impressão do ferido ou doente na ficha de evacuação para os hospitais. Outra aplicação da placa era de identificar os mortos ao serem recolhidos pelo Pelotão de Sepultamento e depois ao serem enterrados, uma das placas era presa a cruz do túmulo e a outra acompanhava o corpo.
As placas de cobre produziam azinhavre e com pouco tempo apareciam manchas verdes no peito.Posteriormente o 2º escalão e os que seguiram receberam placas de melhor qualidade e uma correntinha de aço inoxidável.Mal chegados à Itália a engenhosidade de nossos soldados descobriu uma utilidade nova para a capa dos fios de telefones alemães que eram bem melhores das que usavam e recebidas dos americanos. Era uma capa de plástico alaranjada, forte, firme de durabilidade extraordinária. Arrancada o fio cortada a capa de um lado era enfiada nas bordas das placas as quais aderia firme.Essa invenção dos soldados impedia que as placas encostassem diretamente na pele e desapareceram as manchas verdes de azinhavre do peito.
Pesquisa:¨A Epopêia dos Apeninos¨ José de Oliveira Ramos.
¨Crônicas de Guerra¨ 1º Tenente Cássio Abranches Viotti. (BH- MG)
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