Os 
  jeeps só começaram a chegar ao Brasil em 1942, depois do acordo de 
  assistência militar com os Estados Unidos (chamado Lend-Lease). No 
  momento em que o Brasil declarou guerra contra o Eixo, bases americanas 
  foram montadas em cidades costeiras como Recífe, Natal, ou mais ao 
  Norte, como Belém, na rota aérea para o Norte da África. Logo, uma 
  grande quantidade de material americano começava a chegar para uso de 
  nossas forças armadas, também por via marítima, estando o Jeep entre 
  estes. 
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| Jeeps utilizados pela FEB ma Itália. | 
Há 
  relatos de alguns raríssimos Willys MA (sem registro) e "Slatt Grill" 
  ("grade de grelha"), raríssimos Ford GP (sem registro) e Bantam BRC-40 
  (ao menos um exemplar existente), todos estes fabricados em 1941, 
  estarem entre as primeiras unidades que chegaram ao Brasil. Estes 
  modelos da fase de pré-produção, foram enviados para muitos países 
  (Inglaterra, Rússia, China, Brasil). 

 

 
Todo o 
  material motomecanizado da 
          
          Força Expedicionária Brasileira - FEB lhe foi entregue pelo Exército Aliado já 
  em solo italiano. Algumas das viaturas recebidas eram “veteranas de 
  guerra”, pois haviam sido utilizadas nas campanhas da Sicília e Norte da 
  África. Um dos principais motivos para a FEB receber algumas viaturas já 
  utilizadas, era a necessidade de remanejamento de material para a 
  operação Overlord no Norte da França (Dia D).
  As viaturas recebidas eram de número inferior às necessidades de nossa 
  tropa, e nossos motoristas, após um breve treinamento de direção já em 
  solo italiano, cuidavam delas com muito carinho, como se fossem 
  verdadeiras “damas”. Prova disso, é que todas possuíam nomes pintados em 
  sua lataria, alguns fazendo referência às “pessoas amadas” que ficaram 
  no Brasil. Podemos citar, como exemplo, o Jeep FEB 330 que recebeu o 
  nome DELOURDES e o Jeep FEB 310 com nome de MACACA. Até o Jeep do Gen 
  Mascarenhas atendia pelo nome de LILIANA, homenagem do Cmt da FEB à sua 
  filha. (Este Jeep foi recuperado e está em exposição no Monumento aos 
  Mortos na 2ª GM – RJ).

  
  Uma curiosidade eram as chaves de ignição das viaturas, solidárias aos 
  painéis para evitar o risco de perdê-las. Outra curiosidade importante, 
  era que nossas 
  viaturas não possuíam uma numeração catalogada pelo Exército Brasileiro 
  (conhecida por nós pelo “EB” da Viatura) e sim catalogada pelo Exército 
  Americano, o que de certa maneira, dificultava um pouco o controle do 
  material por parte dos escalões responsáveis da FEB. Por outro lado, 
  facilitava em muito o lado dos pracinhas brasileiros, que conseguiam 
  repor rapidamente as viaturas perdidas em combate.  
 
  Os americanos, em 
  algumas missões, deixavam suas viaturas encostadas, camufladas e sem 
  ninguém para tomar conta delas; bastava passr por aquele local uma 
  patrulha brasileira que, ao observar a viatura americana sem sentinela 
  para vigiá-la, a “pegava emprestada”, já que a chave de ignição estava 
  no painel. 
 
  Ao chegar nos acampamentos brasileiros, a estrela e as 
  inscrições do Exército Americano eram lixadas e pintado, em seu lugar, o 
  nosso Cruzeiro do Sul, o nome FEB e um número qualquer, além, é claro, 
  de um nome brasileiro pelo qual aquela viatura passava a ser conhecida. 
  Quando a patrulha americana voltava, ficava surpresa e sem saber o que 
  aconteceu com sua viatura, retornando aos seus acampamentos à pé.
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| Jeep ambulância. | 
Muitos jeeps da produção do período 
  da guerra (de 41 à 45) também foram comprados pelo Brasil nos anos 
  seguintes ao conflito, como excedente de fabricação americana ("war 
  surpluss"). A Força Expedicionária Brasileira (FEB) dispôs na Itália de 
  655 Jeeps que entraram em combate em muitas missões. 
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| Jeep utilizado por Mascarenhas de Morais na Itália. | 
O Jeep do general 
  Mascarenhas, batizado de Liliana, está no Museu Conde de Linhares no 
  Rio, mesmo sem evidências de que é exatamente o mesmo que foi usado na 
  guerra ou uma caracterização. Muitos destes veículos voltaram ao Brasil 
  com o fim da guerra, continuando em atividade nos quartéis do Exército 
  em todo o país. Desmobilizados, após bastante tempo de serviço, vários 
  deles ainda rodam na mão de civis e colecionadores.
  Jeep modelo Wyllis
  Peso: 1.054 Kgs
  Peso Carregado: 1.417 kgs
  Comprimento: 3,36 mts
  Largura: 1,85 mts
  Altura: 1,77 mts
  Inclinação: 60%
  Motor: Willys MB 2.2 litros in-line de 4 cilindros
  Velocidade Máxima: 105 km/h
  Alcance: 480 km
  Tanque de Combustível: 57 litros