Histórico do 9º Batalhão de Engenharia de Combate         
O            9º BE Cmb foi criado pelo Decreto nº 4.799, de 6 de outubro            de 1942, e organizado no quartel do 1º Batalhão de Engenharia            de Combate, na cidade do Rio de Janeiro. Seu primeiro comandante foi            o capitão Francisco de Paula Gonzaga de Oliveira. A unidade está            sediada na cidade de Aquidauana - MS.
Incorporado à Força Expedicionária Brasileira,            o Batalhão participou da II Guerra Mundial, tendo cooperado para            o êxito da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária            nas conquistas de Monte Castelo, Castelnuovo e Montese. Foi distinguido            com a Citação de Combate. A Bandeira Nacional da unidade            recebeu a Cruz de Combate de 1ª classe com a Ordem do Mérito            Militar. É denominado “Carlos Camisão” em            homenagem a esse chefe militar que esteve à frente das forças            brasileiras na Retirada da Laguna, durante a Campanha da Tríplice            Aliança.
O estandarte do 9º BE Cmb foi criado pelo Decreto nº 39.766,            de 13 de agosto de 1956, e recebido na unidade em 19 de dezembro daquele            ano. O Estandarte Histórico retrata, em suas cores e símbolos            heráldicos, a participação heróica da única            unidade de Engenharia do Exército Brasileiro que lutou na 2ª            Grande Guerra.
Estandarte            Histórico do 9º BE Cmb
Descrição            Heráldica
“Forma retangular,            tipo bandeira universal, franjado de ouro. Campo de cor azul-turquesa,            da Engenharia, com três faixas e três palas, em amarelo-ouro,            lembrando a organização ternária do 9º Batalhão            de Engenharia Expedicionário – três companhias a            três pelotões. Em chefe, a legenda “Batalhão            Carlos Camisão”, em letras de ouro. Ao centro, brocante,            orlado de ouro, o escudo do brasão de Mato Grosso, lembrando            o Estado de onde a histórica Unidade partiu para cobrir-se de            louros na Campanha da Itália. Sobre o escudo, estilizados, montanhas            em vermelho e rios em prata, que representam, em planos sucessivos,            o rio Arno, os Apeninos e o rio Pó – as batalhas em que            o 9º Batalhão de Engenharia Expedicionário tomou            parte, de 4 de setembro de 1944 a 2 de maio de 1945, incorporado ao            IV Corpo do 5º Exército e à Força Expedicionária            Brasileira. 
Ao fundo, os Alpes, em dois grupos de montanhas, à destra e à            sinistra, lembrando a região em que elementos de vanguarda do            9º B. E. Expedicionário foram dos primeiros a atingir e            a entrar em contato com as vanguardas do Exército Francês            que progrediam para o Sul da Península Itálica, a 2 de            maio de 1945. No escudo, em chefe, três estrelas de prata, com            raios de ouro, representando as vitórias nas batalhas do rio            Arno, dos Apeninos e do rio Pó em que o 9º B. E. Expedicionário            tomou parte integrando a FEB e o 5º Exército Americano.            Em contrachefe, na cor verde, as planícies da Itália,            cortadas pelos rios Arno e Pó. Por sobre os “Apeninos”,            em vermelho, significando o sangue derramado pelos soldados do 9º            B. E. Expedicionário nos combates em que tomou parte, a “Cobra            Fumando”, símbolo da Força Expedicionária            Brasileira. Ao centro do escudo, brocante, o castelo de Engenharia,            em prata, com o nº 9, em ouro, na base. Nos cantos – os nomes            Camaiore, Monte Castello, Castelnuovo e Montese, combates em que o 9º            B. E. Expedicionário tomou parte, em apoio às demais armas            e serviços. Laço militar nas cores nacionais com a inscrição            de ordem: 9º Batalhão de Engenharia de Combate, em letras            de ouro.” (Dec Nr 39.776, de 13 Ago 1956)
(Um pouco de história...)Relato da participação do 9º BE Cmb na FEB
pelo Marechal Mascarenhas de Moraes
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| Ponte construída pelo Batalhão de Engenharia da FEB. | 
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| Ponte construída pela FEB perto de Pisa | 
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| Ponte no Rio Pó (Itália) | 
“            Sob o comando do então coronel José Machado Lopes, foi            a primeira tropa de engenharia a atravessar o Equador para lutar na            Europa e também a primeira unidade do Exército Brasileiro            a entrar em ação na Itália, com participação            em todas as operações de combate afetas às tropas            brasileiras, fosse integrando o destacamento da FEB ao norte de Pisa            e no vale do Serchio, fosse atuando no âmbito divisionário,            desde os contrafortes da área de Porreta até o vale do            Rio Pó.
A primeira tropa brasileira a cumprir missão de combate em território            italiano foi a 1ª Companhia do 9º Batalhão de Engenharia,            comandada pelo Capitão Floriano Möller. Essa companhia,            desde o dia 6 de setembro de 1944, vinha operando, ativa e eficientemente,            numa das pontes do Rio Arno, às ordens do IV Corpo de Exército.
A Engenharia brasileira intensificou os trabalhos de restabelecimento            das comunicações. Assim, em 16 de outubro, conseguiu realizar            o lançamento, na região noroeste de Castellacio, de uma            ponte, que proporcionou melhores condições de exeqüibilidade,            na margem ocidental do Sercchio, aos movimentos de qualquer natureza.
Prosseguia a engenharia, incansavelmente, na sua tarefa de deixar abertas            ao tráfego, apesar da freqüência e abundância            das chuvas, as estradas vitais para o desenvolvimento das operações            sobre Castelnuovo di Garfagnana.
Ao 9º Batalhão de Engenharia se incorporou, nessa data,            a sua 1ª Cia., que integrava o Destacamento FEB. Com a chegada            desses elementos, terminou o fluxo ao vale do Reno das tropas brasileiras            que estiveram atuando na frente de Garfagnana. Dois dias depois, isto            é, em 9 de novembro de 1944, o General Mascarenhas de Morais            assumia o comando do setor Marano-Riola, que englobava a Força            Gardner
Com o objetivo de executar a ordem do IV Corpo, o comando brasileiro            organizou um grupamento de ataque, com a missão de conquistar            Monte Castelo e ocupar e manter a linha: cabeceiras orientais do arroio            que passa em C. Zolfo – vertente norte de Monte Castelo –            região de Carvrullo. O 9º BE foi empregado na preparação            das estradas e ficou em condições de acompanhar os blindados            norte-americanos, se estes tivessem avançado.
Para cumprir a missão da ação ofensiva principal,            sobre Monte Castelo – La Serra, o Regimento Sampaio passou a dispor            da 1ª Cia do 9º BE, em missão de acompanhamento.
O 9º BE, comandado pelo Coronel Machado Lopes, deveria destacar            duas companhias para a conservação e restabelecimento            das estradas, em particular a de Gaggio – Le Roncole – Abetaia,            enquanto a outra companhia, em acompanhamento ao ataque do Regimento            Sampaio, incumbir-se-ia do levantamento de minas em proveito dos carros-de-combate            norte-americanos.
Em janeiro de 1944, o 9º BE deslocou-se para Três Rios ,            Estado do Rio de Janeiro, onde ficou concentrado.
Em junho de 1944, embarque no cais do porto do Rio de Janeiro, dos elementos            precursores do 1º Escalão de Embarque.
Em 16 de julho, chegada a Nápolis do navio conduzindo o 1º            Escalão de Embarque.
Em 6 de setembro, a 1ª Cia. De Engenharia passa à disposição            do IV Corpo; é a primeira tropa brasileira a entrar em ação.
Em 13 de novembro, o 9º BE completou sua reunião em Suviana.            “
Do livro: A FEB pelo seu ComandanteJ. B. Mascarenhas de Moraes
Citação de Combate ao 9º BE Cmb
Além das            medalhas, condecorações e citações de combate            a que fizeram jus seu integrantes, o 9º Batalhão de Engenharia            mereceu do Comandante da FEB uma significativa Citação            de Combate, cujo texto é consignado na íntegra, a seguir:
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| Pelotão caça-minas ( 9º Batalhão de Engenharia ) | 
“A 1ª            Divisão de Infantaria Expedicionária teve no 9º Batalhão            de Engenharia uma unidade à altura do seu renome, nesta Campanha            da Itália, em que participaram, vitoriosamente, as Armas brasileiras.
Unidade de escol, teve a feliz oportunidade de ter sido a primeira tropa            a ser engajada contra o inimigo.
Participou, sem conhecer canseiras e mostrando sempre o alto padrão            de sua eficiência, de todas as operações de guerra            afetas às tropas brasileiras, seja integrando o Destacamento            FEB ao norte de Pisa e no vale do Sercchio, seja atuando no âmbito            divisionário, desde os contrafortes da área de Porreta            até o vale do Rio Pó.
Entre os seus mais assinalados feitos, sobrelevam-se, indelevelmente,            as jornadas estafantes da preparação das estradas, reconstrução            de pontes e a desobstrução do túnel de Castelacio,            que serviram para facilitar e consolidar as memoráveis vitórias            que obtivemos no vale do Sercchio; sobressaem repletas de glórias            e sacrifícios as páginas que escreveu para a conquista            de Monte Castelo, Castelnuovo e Montese, onde a sua colaboração            foi particularmente eficiente, a despeito da ação mortífera            e aproximada do inimigo, nas missões de acompanhamento, remoção            e balizamento de campos minados e desobstrução das comunicações;            mais tarde, já nas operações de exploração            de êxito e perseguição, seus elementos avançados,            na árdua tarefa de busca e neutralização das minas            esparsas e campos minados, proporcionaram às tropas brasileiras            elementos de real valia na manobra divisionária, que culminou            com o aprisionamento da 148º DI alemã. O 9º BE confirmou,            portanto, nos campos de batalha da Península Itálica o            acerto de sua escolha como participante da FEB e o valor inconfundível            do moderno soldado de engenharia, dirigido por quadros capazes e por            um comando sereno e proficiente.
Concorreu, assim, brilhantemente para que à nossa Pátria            fosse reservado um lugar de relevo entre as nações que            velarão pela paz vindoura e futura reconstrução            de um mundo livre e feliz.”
Do livro: "Quebra Canela"
Gen Raul da Cruz Lima Jr., Bibliex, RJ
(Um pouco de história...)
“Quebra canela” – inimigo invisível na batalha de Rocca Pittigliana
 
Gen Raul da Cruz Lima Jr., Bibliex, RJ
Ilustração: Henrique Moura
Gen Raul da Cruz Lima Jr., Bibliex, RJ
(Um pouco de história...)
“Quebra canela” – inimigo invisível na batalha de Rocca Pittigliana
"Às 4h            50 min da madrugada do dia 3 de março de 1945, o Ten Viveiros,            Comandante do 4º Pelotão de Engenharia, recebeu , em Seneveglio,            a péssima notícia de que houvera um acidente com a turma            de mineiros que operava na direção de Oratorio de La Sassane.            A Divisão Brasileira havia conquistado Monte Castelo no dia 21            de fevereiro, e agora operava no vale do rio Marano, com o objetivo            de conquistar Rocca Pittigliana. 
A região estava fortemente minada; protegidas pela noite, patrulhas            mistas de Infantaria e Engenharia abriam passagens nos campos minados,            facilitando o ataque imediato. Naquela madrugada, os mineiros balizavam            o caminho à frente da Infantaria, com a finalidade de assegurar            uma boa partida para o ataque que se realizaria na manhã do mesmo            dia, quando ocorreu a tragédia. Imediatamente, o tenente deslocou-se            para o local, encontrando, logo adiante, com o rosto coberto de sangue,            o cabo José Galdino, transportando nos braços o seu companheiro,            o Cabo Arlindo dos reis, que além de ferimentos por todo o corpo,            apresentava, no lugar da sua perna esquerda, um coto sangrento. Assim            agindo, não obstante os ferimentos, o Cabo Galdino partira com            o companheiro em busca de socorro, salvando-lhe a vida. O bravo pelotão            de Infantaria do Ten Iporan foi a primeira tropa do 11ºRI a penetrar            na cidadela de Montese, na tarde do dia 14 de abril de 1945; fê-lo            com tal ímpeto que surpreendeu os observadores inimigos postados            na torre da igreja. Com ele estavam os elementos do 6º Pelotão            de Engenharia, sob o comando do Ten Vinhaes, que o acompanharam desde            a linha de partida, com a finalidade de remover obstáculos e            abrir brechas em campos minados. Sob forte bombardeio, durante a noite            de 14 para 15, por várias vezes as ligações com            retaguarda foram cortadas, temendo-se pela vida daquele pugido de valorosos            combatentes. 
Na manhã do dia 15, o Ten Vinhaes recebeu um pedido urgente para            socorrer um grupo de soldados que havia caído em campo minado;            os engenheiros levavam algum tempo para abrir a brecha através            das minas até alcançar os feridos. Depararam-se com um            quadro terrível; os rostos estavam deformados e sujos de lama,            para aliviar a sede colocaram terra molhada na boca e no lugar dos pés            restava, apenas, uma mancha de sangue. 
Do livro: "Quebra Canela"Gen Raul da Cruz Lima Jr., Bibliex, RJ
Ilustração: Henrique Moura





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