segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Marechal Euclides Zenóbio da Costa

Marechal Zenóbio da Costa
Foto do Museu Marechal Euclides Zenóbio da Costa
Euclides Zenóbio da Costa nasceu em Corumbá (MS), então no estado de Mato Grosso, em 1893.
Militar, cursou o Colégio Militar e a Escola Militar, ambos no Rio de Janeiro. Entre 1915 e 1916, participou da repressão à Revolta do Contestado, conflito que opôs trabalhadores rurais e latifundiários na divisa entre os estados de Santa Catarina e Paraná.
Em 1922, combateu o levante tenentista deflagrado na capital federal contra a posse de Artur Bernardes na presidência da República. Dois anos depois, voltaria a enfrentar os "tenentes" no sul do país. Entre 1926 e 1930, exerceu os cargos de chefe de polícia e de comandante da Força Pública do estado do Maranhão. Nessa época, chegou a ocupar por alguns dias o cargo de prefeito de São Luís, a capital do estado.
Em 1930, deu um apoio discreto ao movimento político-militar que derrubou o presidente Washington Luís e levou Getúlio Vargas ao poder. Em 1932, posicionou-se ao lado do governo na luta contra o movimento constitucionalista deflagrado por setores políticos de São Paulo. Em 1935, a convite do prefeito Pedro Ernesto, passou a dirigir a Polícia Municipal do Distrito Federal. Em novembro desse ano, deu combate ao levante armado promovido por elementos ligados à Aliança Nacional Libertadora (ANL), frente formada por comunistas, socialistas e outras correntes de esquerda, contra o governo federal. Ainda durante o ano de 1935, cursou a Escola de Estado-Maior do Exército.
Em agosto de 1937, assumiu o comando do 8º Batalhão de Caçadores, sediado em São Leopoldo (RS), por indicação do General Daltro Filho, nomeado por Vargas para o comando da 3ª Região Militar com a finalidade de forçar o governador gaúcho Flores da Cunha a se afastar do cargo.
Em agosto de 1941, foi promovido a general-de-brigada. Em seguida foi nomeado comandante da 8ª Região Militar, sediada em Belém. Permaneceu nesse posto até 1943. Em seguida foi enviado aos EUA para realizar cursos de aperfeiçoamento militar. Ainda nesse ano, ingressou como voluntário na Força Expedicionária Brasileira (FEB), enviada pelo Brasil à Itália para participar da Segunda Guerra Mundial. Acabou sendo designado comandante do 1º escalão da FEB, enviado para a Europa em julho de 1944, composto por cerca de 5.800 homens. Sob sua chefia, as forças brasileiras empreenderam as operações que resultaram na tomada de Monte Castelo e outros pontos importantes.
Terminado o conflito, foi promovido a general-de-divisão e ocupou diversos postos importantes na hierarquia do Exército, como o de comandante da Zona Militar Leste, sediada na capital federal. Durante o segundo governo de Vargas (1951-1954) teve uma atuação destacada e ao mesmo tempo confusa. A princípio, mesmo tendo defendido a posse de Vargas, atritou-se de forma aberta com o ministro da Guerra do novo governo, o general Newton Estillac Leal. Em fevereiro de 1954, deixou o comando da Zona Militar Leste para assumir o Ministério da Guerra. Sua gestão foi marcada pela crise político-militar que culminou no suicídio do presidente, em agosto daquele ano. Na reunião ministerial realizada na noite que antecedeu a morte de Vargas, foi censurado pela filha do presidente, Alzira Vargas, que o acusou de manter uma postura ambígua diante da crise.
Em 1955, defendeu a posse de Juscelino Kubitschek na presidência da República, contestada por setores das Forças Armadas. Transferido para a reserva com a patente de marechal em 1957, entre 1958 e 1961 exerceu o cargo de embaixador brasileiro no Paraguai.
Morreu no Rio de Janeiro, em 1963.
Da esquerda para a direita:Cordeiro de Farias, Zenóbio da Costa, Mascarenhas de Mores e Olímpio Falconiére da Cunha.
Batalhão Zenóbio da Costa

Considerado o idealizador da Policia do Exército (PE) da Força Terrestre.
O General Zenóbio depois da experiência com o Pelotão de Polícia da FEB (MP) tinha como objetivo ratificar a atuação de uma tropa de elite que pudesse ser exemplo de disciplina e respeito no exército brasileiro.
Em fins de 1946, o General Zenóbio da Costa deu instruções pessoais ao Capitão Evandro Guimarães Ferreira, para providenciar, junto a 5º Região Militar a seleção de 400 homens que iriam constituir em 12 de agosto de 1947 a 1º Companhia de Polícia do Exército.
Entusiasmou-se o velho chefe com a primeira incorporação dos conscritos vindos do Paraná e Santa Catarina, tendo ele próprio ido esperar na estação Central do Brasil o primeiro contingente que iria se transformar em homens de elite, de uma unidade de elite.
Da Central do Brasil o Marechal Zenóbio da Costa dirigiu-se ao quartel da PE, onde aguardou a chegada do contingente e no patio fez uma saudação confortadora ao mesmo tempo que lhes disse que a Policia do Exército é uma unidade disciplinadora e que eles deveria  dar o exemplo, mostrando-se sempre austeros, bem uniformizados, cabeça levantada, disciplinados. e que cumpre a risca uma mistica em que o CUMPRIMENTO DA MISSÃO e ponto de honra.
A Disciplina tem que ser exemplar, pois o PE coíbe a indisciplina e para isto o PE tem que ser disciplinado no mais alto grau, a postura, a atitude e decoro militar são virtudes de impossibilitar ao transgressor  revidar a uma repreensão. É esses detalhes que faz o soldado PE ser diferente dos demais. Não é melhor, nem é pior apenas diferente falou o Marechal Zenóbio da Costa que eles teriam todo o conforto necessário e uma alimentação substancial. Em 04 de abril de 1951 a cia PE passou a ser denominada 1º Batalhão de Policia do Exército.
A 19 de fevereiro de 1964, numa justa homenagem ao grande entusiasta e incentivador da Polícia do Exército a unidade recebeu a denominação de Batalhão Marechal Zenóbio da Costa
Emblema do Batalhão Zenóbio da Costa.Foto do Museu Marechal Euclides Zenóbio da Costa
Fonte: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001
Henrique Moura

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